segunda-feira, 20 de julho de 2009

Pi-Ramsés

Pi-Ramsés ou também Per-Ramsés ("A Casa de Ramsés"), foi a capital do Baixo Egito durante o reinado de Ramsés II e até ao fim da 20ª dinastia egípcia. A cidade localizava-se em Aváris, na região central do Delta do Nilo.

Para essa localidade Ramsés II transferiu a capital do Egito, antes sediada em Mênfis, pois o centro econômico e internacional do país havia se deslocado para o Delta e também porque sua família era originária daquela região. A mudança lhe permitiria escapar da influência do poderoso clero de Tebas e ficar mais próximo das fronteiras com a Síria e a Líbia, paises vassalos cuja reação ainda era um tanto imprevizível, sendo bom dar maior proteção às fronteiras egípcias. A maior proximidade com a costa do Mediterrâneo era outro fator positivo do deslocamento da capital.

A cidade foi erguida sobre uma aglomeração fundada por Seti I no começo do reinado de Ramsés II. Para lá são transferidos obeliscos e nela se erguem templos dedicados às principais divindades egípcias, como Amon, Rá e Ptah. Dois séculos depois as suas estátuas e obeliscos da cidade foram transferidas para Tânis, a nova capital da 21ª dinastia egípcia. As razões que explicam esta mudança de capital, além das raízes familiares do pai de Ramsés II – Seti I, é a sua localização estratégica estar mais próxima do principal inimigo do Egito na época, o reino Hitita (atual Turquia), facilitando assim a vigia das fronteiras e uma intervenção militar.


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Aváris (em egípcio: Hut-waret (ḥw.t-wˁr.t), em grego: Auaris, αυαρις) foi uma cidade fortificada do Antigo Egito contruída pelos invasores hicsos para servir-lhes de capital. Foi destruída quando da derrota dos hicsos, na 17ª dinastia, por Kamósis e recontruída mais tarde por Ramsés II, que a rebatizou de Pi-Ramsés ou Per-Ramsés (Casa dos Ramessidas), e fez da cidade a nova capital de seu reinado. Estima-se que a localização da cidade esteja na atual Tell el-Daba, localizado no Delta do Nilo.
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Em Pi-Ramsés localizava-se o palácio dos ramessidas, que começou a ser construído por Seti I (c. 1306 a 1290 a.C), pai de Ramsés II, de suntuosidade impressionante. As paredes interiores do palácio eram decoradas com lindíssimos mosaicos de cerâmica. Foi daí que Ramsés II partiu, no 5º ano do seu reinado, em campanha contra os hititas. No decorrer da 20ª dinastia (c. 1196 a 1070 a.C) o braço oriental do Nilo começou a secar e, em consequência, a cidade foi abandonada durante a 21ª dinastia (c. 1070 a 945 a.C) e tudo o que era transportável foi removido para Tanis e Bubástis, inclusive muitos dos monumentos de pedra. (imagem de um mosaico do palácio dos ramessidas)


Sabe-se que em Pi-Ramsés foram construídos vários templos importantes:
  1. o principal – situado no centro da cidade, foi dedicado a Amon-Harakhti-Atum.
  2. um templo do deus Seth foi encontrado,
  3. dois templos menores dedicado, um à deusa Astarte e o outro à deusa Wadjit.
Todas as áreas da cidade, sejam residenciais, destinadas ao culto ou ao enterro dos mortos, estão sendo mapeadas pelos arqueólogos. Embora os templos e os palácios possam ter sido destituídos de seus monumentos quando a capital mudou de local, muitas estátuas e blocos foram recuperados em Tanis, pois sabe-se agora que originalmente pertenciam a Pi-Ramsés. Diante do templo de Amon havia duas estátuas colossais de Ramsés II que foram re-usadas no templo de Tanis. Também havia um pátio impressionante construído por Ramsés II para os seus festivais sed, com obeliscos, estátuas e colunas.

– Entre as descobertas estão:
  • oficinas militares destinadas à fabricação e manutenção de armas, de carros de guerra leves, de duas rodas;
  • um enorme conjunto de estábulos que se calcula possam ter abrigado até 460 cavalos. Tais estábulos surpreendentes, os maiores já encontrados, cobrem uma área de quase 17.000 m². Incluem 6 filas idênticas de corredores, sendo que cada um deles foi dividido em 12 baias, de 12 m de comprimento cada uma. O chão é inclinado na direção de buracos destinados a coletar a urina dos cavalos, a qual se acredita que era empregada no tingimento de tecido, tratamento do couro e fertilização de vinhedos. O conjunto estava conectado a um vasto pátio, que era provavelmente usado para exercícios ou aprendizado de equitação. Havia duas camadas de estábulos, sendo que os maiores e posteriores provavelmente tenham sido construídos por Ramsés III (c. 1194 a 1163 a.C). Um dos pesquisadores enfatizou que os cavalos eram muito importantes na expansão do império egípcio e que os estábulos descobertos foram construídos em um local estratégico, perto de rotas comerciais que levavam ao Líbano e à Síria e que passavam não muito longe do território hitita.
  • os arqueólogos também localizaram oficinas de produção de vidro e faiança e um palácio com um piso feito de estuque folheado a ouro, com um cartucho policromado de Ramsés II nele embutido.
  • ao redor das oficinas militares, várias partes de carros de combate, cabos de setas, pontas de flecha em pedra, cabeças de dardo, punhais e lâminas de bronze para armaduras foram descobertos.

Fonte: Wikipédia e Cidade de Pi-Ramsés

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Egito

Duas grandes forças: o rio Nilo e o deserto do Saara, configuraram uma das civilizações mais duradoras do mundo. Todos os anos o rio inundava suas margens e depositava uma camada de terra fértil em sua planície aluvial. Os egípcios chamavam a região de Kemet, "terra negra". Esse ciclo fazia prosperar as plantações, abarrotava os celeiros reais e sustentava uma teocracia – encabeçada por um rei de ascendência divina, ou faraó – cujos conceitos básicos se mantiveram inalterados por mais de 3 mil anos. O deserto, por sua vez, atuava como barreira natural, protegendo o Egito das invasões de exércitos e idéias que alteraram  profundamente outras sociedades antigas. O clima seco preservou artefatos como o Grande Papiro Harris, revelando detalhes de uma cultura que ainda hoje suscita admiração.

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