sábado, 28 de novembro de 2009

As que servem ao ka

O ka é a energia criadora que anima todas as formas de vida. Deposita-se no ser humano, cuja sobrevivência depende das relações que mantém com o seu ka, de modo que é essencial, depois da morte de um indivíduo, ritualistas pratiquem as expressões necessárias à manutenção desse poder invisível e imaterial.

Existem "servidores do ka" e desde épocas altas, mulheres que exercem essas funções, são chamadas "aquelas que servem ao ka".
  • oficiam nas capelas dos túmulos,
  • queimam incenso e perfumes,
  • apresentam oferendas líquidas e sólidas, que tornam eficazes fazendo-as "sair para a voz", enunciando-as.
Assim a matéria é transformada em espírito.

Ser "servidora do ka" era uma profissão, em troca dos serviços prestados, a ritualista recebia um salário em alimentos. Tinha a capacidade de consagrar o monumento funerário do marido, de um parente ou de um amigo.

Homens e mulheres são idênticos perante o Além. Podem atingir o mais elevado estado espiritual, o akh – termo que significa "ser útil, ser luminoso". A mulher iniciada é um "ser venerado (imakh)", "a venerada junto do grande deus".


A dama Neferet-labet, "A bela oriental" era uma personalidade excepcional. Na sua estela (hoje no Louvre) encontrada em Guisé e datada do reino de Quéops, está sentada num banquinho com pés de touro, com uma longa peruca frisada, vestida com uma pele de pantera, a mão esquerda sobre o peito, estende a direita para uma mesa de oferendas. Com este gesto, ela consagra 1000 pães, 1000 cântaros de cerveja, 1000 cabeças de gado, 1000 peças de caça, 1000 vasos de alabastro, 1000 peças de tecido, o incenso, o azeite, o pó verde, o pó negro, os frutos, o vinho e todas as outras coisas boas e puras que figurarão nas festas e nos banquetes do Além.


Origem: "As Egípcias' de Christian Jacq

domingo, 22 de novembro de 2009

Mutnedjemet, irmã de Nefertiti

Viveu dias felizes e tranquilos na Cidade do Sol. Desposou o general Horemheb, que nada tinha de soldado grosseiro ou de guerreiro ávido de combater o inimigo. Escriba real, fino, letrado, especialista em Direito, era um dos responsáveis pela segurança externa do Egito.

Horemheb mandou construir uma magnífica morada eterna em Saqqara, cujos baixos-relevos exaltam a sua atividade militar e sua capacidade para manter a ordem. Akhenaton e Nefertiti confiaram nele, que soube se mostrar digno. A carreira de Horemheb parecia traçada, a sua esposa Mutnedjemet seria uma grande dama da corte e levaria uma vida luxuosa.

Com a morte de Akhenaton, a corte regressou a Tebas e Tutancamon tornou-se faraó e Horemheb tornou-se um dos homens fortes do regime, e sua esposa uma personalidade de destaque. Após a morte de Tutancamon, Ay um funcionário mais velho subiu ao trono (1325-1321 aC).

Horemheb cujo nome significa "Hórus em festa" subiu ao trono e seu reinado durou 28 anos. Foi autor de uma importante reforma jurídica:
  • suprimiu direitos abusivos
  • restabeleceu a justiça

Mutnedjemet teve os títulos de "grande princesa hereditária" (repâtet uret) e de "soberana do Alto e do Baixo Egito" e participou dos ritos de coroação do marido. No grupo estuário da coroação, conservado no Museu de Turim, Mutnedjemet aparece do mesmo tamanho que o esposo.. Por mais forte que fosse sua personalidade, Horemheb não podia reinar sem uma grande esposa real que justificasse a sua função.

Mutnedjemet significa "Mut, a doce, a apazível, a agradável (nedjemet). O hieróglifo que serve para escrever essas noções é uma alfarroba, que era de uma suave doçura para o paladar dos antigos egípcios. A rainha encarnava a grande mãe, a Antiga que rege as Duas Terras. A palavra Mut significa "mãe". Grande foi a responsabilidade da rainha Mutnedjemet. Encarnando o aspecto doce e maternal de Mut, teve a missão de dar ao mundo um novo Hórus, um novo faraó que poria o Egito em festa.

Considera-se por vezes, que Horemheb foi o verdadeiro fundador da 19ª dinastia na qual aparecerão os faraós excepcionais como Sethi e Ramsés II.

Fonte: 'As Egípcias' de Christian Jacq


sábado, 21 de novembro de 2009

Luxor

Luxor (em árabe: الأقصر al-Uqṣur) é uma cidade do sul do Egito, capital da província de mesmo nome. População: 376,022 (censo de 1999). Área, de 416 km².

A Luxor moderna cresceu a partir das ruínas de Tebas, antiga capital do Império Novo (1550-1069 aC) e situa-se a 670 km ao sul do Cairo. A sua riqueza, tanto arquitetônica como cultural, fazem dela a cidade mais monumental das que albergam vestígios da antiga civilização egípcia.

O Nilo separa Luxor em duas partes: a margem oriental – outrora consagrada aos vivos, onde encontramos os vestígios dos mais importantes templos consagrados aos deuses da mitologia egípcia, e a margem ocidental – consagrada aos mortos, onde se localizam algumas das mais importantes necrópoles do antigo Egito, segundas em importância relativamente às existentes no planalto de Gizé, no Cairo, e onde foram feitos alguns dos achados arqueológicos mais significativos da antiga civilização, designadamente o túmulo de Tutankhamon, descoberto em 1922 pelo célebre arqueólogo e egiptólogo inglês Howard Carter.


Na margem Oriental encontra-se:
O Templo de Karnak, sendo o maior dos templos do antigo Egito cujos vestígios chegaram até nós, foi dedicado à tríade tebana divina de Amon, Mut e Khonshu, e foi sucessivamente aumentado pelos diversos faraós, tendo levado mais de 1000 anos para construir. Constitui uma mescla de vários templos fundidos num só. O seu grande destaque é a Grande Sala Hipostila, cujo teto era suportado por 134 enormes colunas, ainda atualmente existentes, e consideradas como sendo as maiores do mundo.

O Templo de Luxor, foi iniciado na época de Amenhotep III e só foi acabado no período muçulmano. É o único monumento do mundo que contém em si mesmo documentos das épocas faraônica, greco-romana, copta e islâmica, com nichos e frescos coptas e até uma Mesquita (Abu al-Haggag).

Museu de Luxor, é um belo e interessante museu ainda que pequeno. Foi inaugurado pelo ex-Presidente francês Valéry Giscard d'Estaing em 1974. Possui uma importante colecção de todas as épocas do Egito Antigo. Uma sala aberta recentemente contém as últimas descobertas arqueológicas do Templo de Luxor.


Na margem Ocidental encontram-se:
– O Vale dos Reis, principal necrópole real do Império Novo do antigo Egito, possui 62 túmulos dos faraós desse período e também os túmulos dos faraós Tutankamon, Ramsés IX, Seti I, Ramsés VI e o de Horemheb. Ainda hoje se continuam a retirar jóias dos túmulos dos filhos de Ramsés II. No total existem 62 túmulos, sendo o mais importante precisamente, o do Faraó Tutankhamon, mais pelo espólio do achado do que porventura a importância do faraó. Julga-se ter encontrado o túmulo dos 52 filhos de Ramses II. Até agora foram descobertos uma sala com 16 colunas, vários corredores e mais de 100 câmaras. Apesar de não terem sido encontrados tesouros, foram no entanto recuperados do entulho milhares de artefatos. Os trabalhos arqueológicos, ainda longe do fim.

– O Vale das Rainhas, onde se destacam os túmulos do Príncipe Amenkhepchef, da Rainha Ti e o da Rainha Nefertari, esposa do Faraó Ramses II. Este último, foi aberto ao público em 1995. No entanto, a entrada neste túmulo está atualmente vedada ao público para conservação dos hieróglifos, recentemente restaurados. Este túmulo dispõe de alguns dos mais bem conservados e coloridos hieróglifos egípcios.

– O Templo mortuário da Raínha Hatshepshut, o seu estilo arquitetônico é único. Foi projetado e construído por Senenmut, arquiteto da Rainha Hatshepsut da 18ª dinastia governou como um autêntico faraó sendo assim considerada a 1ª mulher chefe do Governo na História. Este templo constitui uma visão impressionante, tendo sido talhado parcialmente na rocha, e a visão do mesmo funde-se na grandeza da encosta calcária que lhe serve de apoio. O templo foi posteriormente alterado por Ramses II e pelos seus sucessores, e mais tarde os cristãos transformaram-no num mosteiro (daí o nome Deir al-Bahri, que significa "Mosteiro do Norte"). Próximo ao templo principal situam-se as ruínas do Templo de Montuhotep II, Faraó da 11ª dinastia que unificou o Egito, e o Templo de Tutmósis III, sucessor da Rainha Hatshepsut.

– O Vale dos Nobres, contém vários túmulos, as paredes destes túmulos estão decoradas com cenas da vida quotidiana. As mais famosas são as dos túmulos de Ramose, de Najt e de Mena.

– O Templo de Medinet Habu, tal como o Templo de Karnak, este Templo é compreendido por vários outros templos, a começar pelo Ramsés III.

Fonte: Wikipédia

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Anúbis

Anúbis, também conhecido como: Anupu, ou Anupo e cujo nome hieroglífico é traduzido mais propriamente como Anpu – é o antigo deus egípcio da morte e dos moribundos, por vezes também considerado deus do submundo.

  • deus do embalsamamento
  • presidia às mumificações
  • guardião das necrópoles e das tumbas.

Os egípcios acreditavam que no julgamento de um morto, era pesado seu coração. Caso o coração fosse mais pesado que a pena da verdade, sua alma era destruída para todo sempre, mas caso fosse mais leve, a pessoa em questão poderia ter acesso ao paraíso. Anubis era quem guiava a alma dos mortos no Além.

Os sacerdotes de Anúbis, chamados "stm" – usavam máscaras de chacais durante os rituais de mumificação. Uma das mais antigas divindades da mitologia egípcia, seu papel mudou à medida que os mitos amadureciam, passando de principal deus do mundo inferior a juiz dos mortos, depois que Osíris assumiu aquele papel.

A associação de Anúbis com chacais provavelmente se deve ao fato de estes perambularem pelos cemitérios. O Anúbis era pintado de preto, por ser escura a tonalidade dos corpos embalsamados. Apesar de muitas vezes identificado como "sab" o chacal, e não como "iwiw" o cachorro, ainda existe muita confusão sobre qual animal Anúbis era realmente. Alguns egiptologistas se referem ao "animal de Anúbis" para indicar a espécie desconhecida que ele representava. As cidades dedicadas a Anúbis eram conhecidas pelo grande número de múmias e até por cemitérios inteiros de cães.

A sua mãe é Néftis, que durante uma briga com o marido Seth passou-se por Isis e teve relações com Osíris. Anúbis é pai de Qeb-hwt, também conhecido como Kebechet.

Em épocas mais tardias, Anúbis foi combinado com o deus grego Hermes, surgindo assim Hermanúbis.

"Nós, os Chacais, sacerdotes de Anúbis, somos os guardiães de suas tumbas gloriosas ou sepulturas humildes. Somos os guardiães dos mortos. Somos os servos de Anúbis. Somos a Cinópolis." Capítulo dos Mortos, Livro de Maat


pesagem do coração

Origem: Wikipédia

sábado, 14 de novembro de 2009

Hetep-Herés, mãe de Quéops

Em 1925, arqueólogos americanos procediam exploração no Planalto de Guisé, no cemitério real a leste da pirâmide de Quéops (2589-2566 aC). Um fotógrafo assentando seu tripé, encontra um obstáculo numa cavidade, com uma camada de gesso. Os escavadores encontraram uma trincheira retangular obstruída por pequenos blocos de calcário que escondiam uma escada prolongada num túnel que conduzia a um poço, obstruído por pedras. Depois de descobrirem o poço. os escavadores tiveram acesso a um nicho contendo ânforas, o crânio e as patas de um touro embrulhadas em redes. Chegou-se a câmara funerária, uma pequena sala talhada na rocha, inviolada!

O tesouro da rainha– mãe do rei
Uma sepultura há 25 m da superfície do solo e inviolada. O sarcófago estava vazio. Mas a sala continha muitos objetos. O nome da legítima ocupante era Hetep-Herés, que provavelmente significa "o faraó é plenitude graças a ela". Era esposa do faraó Snefru e a mãe do construtor da Grande Pirâmide. O equipamento que levou para o além era notável:
  • baixela em ouro,
  • um dossel em madeira,
  • tronos revestidos a ouro,
  • uma cama e sua cabeceira,
  • colares,
  • cofres,
  • recipientes de cobre e de prata,
  • pulseiras de prata com incrustações de cornalina, lápis lazúli e turquesa,
  • pequeno cofre de madeira dourada contendo dois rolos para guardar essas jóias,
  • bandejas e taças de ouro,
  • pote de cobre,
  • liteira descoberta em peças soltas e depois montada
A magnífica liteira da mãe de Quéops é um símbolo associado à sua função. A rainha do Egito possuía os títulos de "liteira de Hórus" e de "liteira de Seth", "a Grande que é uma liteira". Assim como Ísis é o trono de onde nasce o rei do Egito, a rainha é a liteira que permite ao monarca deslocar-se e estar em ação. (*)

O título de "mãe do rei" será utilizado até a última dinastia. A expressão não designa obrigatoriamente a mãe carnal de um faraó. A filiação corporal é proclamada, mas é impossível afirmar a existência de laços familiares mais concretos.



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(*) uma das palavras que serve para indicar a liteira – hetes – é também o nome de um dos cetros utilizados pela rainha e que lhe permite, nomeadamente, consagrar uma construção transformando-a em "centro de produção" de energia sagrada.
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Origem: 'As Egípcias' de Christian Jacq

domingo, 8 de novembro de 2009

A Arte Egípcia do Período Final

Da 25ª dinastia em que os faraós ainda regiam todo o Egito, até a conquista do país por Alexandre "o grande" , o Período Final abrange quase 4 séculos. Na 26ª dinastia os faraós já estavam envolvidos no comércio com as colônias gregas da Ásia Menor e acabaram contratando os gregos como soldados mercenários.

Em 525 aC, a 26ª dinastia foi subvertida pelo governante Achaemenid, da Pérsia. Os persas governaram o Egito durante a 27ª dinastia, por mais de 1 século, retirando-se em 404 aC. Sucedidos por 2 dinastias nativas fracas e curtas, a 28ª e 29ª . Em 380 aC uma família egípcia de governantes muito forte deu início à 30ª dinastia. Esses foram os últimos faraós nativos a regerem o Egito, mas foram incapazes de deter os persas e Nectanebo II, foi o último faraó nativo do Egito.

Alexandre
Em 332 aC, Alexandre "o grande" invadiu o Egito, não ficou muito tempo no país, que deixou uma profunda marca neste invasor, especialmente ao reforçar sua convicção em seu destino divino, pois ele se considerava o herdeiro da tradição egípcia de monarquia divina e o filho do deus Amon, cujo templo no oásis de Siwa ele fez uma famosa peregrinação. Dirigiu o curso da história egípcia durante os próximos 3 séculos, fundando a cidade de Alexandria no litoral mediterrâneo do Egito e confiou o governo do país a um general seu amigo de infância chamado Ptolomeu. Em 30 anos Alexandre e seus descendentes estavam mortos e Ptolomeu proclamou-se rei do Egito (305 aC). Macedônios de origem e gregos de idioma, iriam reger o país durante quase 3 séculos, até Cleopatra VII.

26ª dinastia
Foi durante este período que a cultura egípcia mais impressionou e influenciou os visitantes estrangeiros e os imigrantes, especialmente os gregos. Ficaram maravilhados com as antiguidades do Egito e, apesar de acharem certas crenças e certos costumes estranhos e até mesmo bizarros, estavam perfeitamente dispostos a adorar muitos dos deuses egípcios e a adotar práticas específicas, inclusive a mumificação dos mortos.

Os artistas da época mantiveram os altos padrões de qualidade e maestria alcançados em períodos anteriores, mas infundiram um nível diferente de sofisticação à escultura e aos relevos. Estimavam a elegância da forma e a beleza das superfícies e eram capazes de efeitos sutilmente suavizados.

A residência dos reis da 26ª dinastia era a cidade de Sais, no Delta, conhecido como Período Saite. Os escultores egípcios sempre dominaram a arte da escultura em pedra. A habilidade dos artesãos da 26ª dinastia era equiparável à de seus predecessores, mas tinham suas próprias preferências. Gostavam da escuridão, pedras com grânulos finos, e prestavam grande atenção às superfícies, cujo acabamento era destinado a aumentar a beleza de sua cor e textura. Esse tratamento proporciona a muitas estátuas Saite uma beleza sutil, quase sensual. A maioria das esculturas e dos relevos egípcios da 26ª dinastia expressa um ideal caracterizado pela beleza da superfície, a elegância do formato e as faces estilizadas e sorridentes.

O estilo estabelecido durante o Período Saite iria dominar a arte egípcia pelo restante do Período Final. Não sabemos se tal estilo continuou desenvolvendo-se durante o obscuro período persa da 27ª dinastia e durante o restante ainda mais sombrios da 28ª e 29ª dinastias. A arte da 30ª dinastia continuou a ser baseada no estilo Saite, e parece que os reis tentaram emular em seus monumentos as realizações da 26ª dinastia. Mas os relevos e estátuas diferem dos protótipos Saite, as faces e os corpos são um pouco mais avolumados e as obras têm uma qualidade mais formal e sutil em características como os olhos e as sobrancelhas. Apesar de a escultura destinada à tumba ter desaparecido e de os relevos das tumbas serem muito limitados, as práticas funerárias egípcias tradicionais, como a mumificação, continuaram ao longo do Período Final, sendo adotadas até por muitos gregos e por outros estrangeiros que habitaram o Egito.


Ptolomeus
Os Ptolomeus não pretendiam ser egípcios, mas queriam reger como faraós legítimos. Adotaram títulos faraônicos e promoveram a religião egípcia. Mas Alexandria continuou a ser essencialmente grega. Sob o patronato ptolomaico, se transformou-se em um centro helenístico de estudos e de artes. Os próprios Ptolomeus foram as vezes representados no estilo egípcio, outras no estilo helenístico e outras ainda em ambos.






Origem: 'Tesouros do Egito' do Museu Egípcio do Cairo

Antigo Império e 1º período intermediário

Antigo Império (2 575- 2 135 aC) e Primeiro período intermediário (2 150-2 040 aC).


Quarta dinastia:
Esnofru – 2575-2551 aC
Quéops – 2551-2528 aC
Dedefre – 2528-2520 aC
Quéfren – 2520-2494 aC
Miquerinos – 2490-2472 aC
Quepsesquef – 2472-2467 aC

Quinta dinastia:
Veserquef – 2465-2458 aC
Sahure – 2458-2446 aC
Neferquere Kabai – 2446-2426 aC
Chepsesquere – 2426-2419 aC
Raneferef – 2419-2416 aC
Neuserre – 2416- 2392 aC
Mencauor – 2396-2388 aC
Zedquere Isesi – 2388-2356 aC
Unas – 2356-2323 aC

Sexta dinastia:
Teti – 2323-2291 aC
Pepi I – 2289-2255 aC
Merenre – 2255-2246 aC
Pepi II - 2246-2152 aC

Sétima dinastia:
Uma dinastia sombria. Manetho faz alusão aos "setenta reis de Mênfis que governaram por setenta dias", para indicar o confuso período pelo qual o Egito passava.

Oitava dinastia:
Mais de 20 reis efêmeros.

Nona e décima dinastias:
O governo de grande parte do Egito passou para as mãos da cidade de Heracleópolis.

Décima primeira dinastia:
Intef I – 2134-2040 aC
Intef II – 2118-2069 aC
Intef III – 2069-2061 aC
Mentuhotep I Nebhepetre – 2061-2010

Origem: 'Tesouros do Egito' do Museu Egípcio do Cairo

sábado, 7 de novembro de 2009

As reclusas

As "reclusas" khenerut formavam uma grande categoria de iniciadas que podiam passar longos períodos no interior de um templo ou lá residir definitivamente. A rainha do Egito era a superiora das reclusas, as quais se colocavam sob a proteção do faraó, de Amon, Min, Khonsu, Sobek, Osíris, Knum, enfim de quase todos os deuses e deusas.

Não lhes era exigida a virgindade nem o celibato, mas praticavam várias purificações antes de entrarem no templo e de participarem nos ritos, pois eram lavadas numa bacia, depiladas e incensadas.

– Deviam usar:
  • uma veste comprida e apertada, até os calcanhares;
  • uma tanga curta ou à altura dos joelhos, por vezes presa com faixas cruzadas sobre o peito e nas costas;
  • um cinto com duas compridas faixas na frente;
  • joias, pulseiras nos braços e nos tornozelos;
são as principais peças de vestuário e os ornamentos das reclusas, cuja função consistia em atrair energia divina sobre a Terra e concentrá-la no santuário.

Para além das atividades musicais, elas olhavam pelos objetos sagrados e pronunciavam palavras de poder contida nos hinos, apaziguando assim as forças cósmicas cuja intensidade podia ser destrutiva.

Essas iniciadas, habituadas a viverem os mistérios do templo, estavam incumbidas da tarefa de encarnar as deusas na representação secreta dos mitos. As carpideiras, estavam ligadas a uma comunidade de reclusas, "as da Casa da Acácia". Eram dirigidas por uma "superiora da Casa da Acácia", capaz de utilizar o formidável poder da leoa Ackhmet e de permitir que suas irmãs vencessem a morte.

A rainha Tiaa, esposa do faraó Amenhotep II, foi "diretora dos trabalhadores da Casa da Acácia". Ao lado do santuário onde essas iniciadas oficiavam, haviam um setor econômico encarregado de assegurar seu bem estar material.

Um baixo relevo da mastaba de Mereruka mostra 3 reclusas da Casa de Acácia vestidas com uma curta tanga, os braços em arco sobre a cabeça e dançando em um ritmo lento. Acompanham-nas 2 irmãs. O essencial do seu cântico ritual reside nestas palavras: "Que seu corpo permaneça intacto" , ou seja, que Osíris seja preservado da morte. As reclusas da Casa da Acácia participavam dos mistérios da ressurreição de Osíris e colocavam-se sob a proteção de Hathor, "dama da Casa da Acácia".



Origem: 'As Egípcias' de Christian Jacq

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O rito de "agitar o papiro"

Um rito musical praticado nas imensas extensões de papiros do Delta, mas também na região tebana. Tratava-se de sacudir e colher hastes de papiro em honra de Hathor. O verbo empregado para designar este rito, seshesh, corresponde a um dos nomes do sistro, o que significa que há identidade de natureza entre:
  • "tocar sistro" e
  • "apanhar o papiro"
Em ambos os casos produzem-se vibrações e um zumbido que encantam o ouvido da divindade, a qual, em compensação, alegrava a Terra. Esse culto prestado a Hathor no segredo da vegetação fazia eclodir uma vivificante juventude e favorecia o advento de uma nova vida, concedida pela deusa às almas que tocavam bem.

A origem do instrumento parece ter sido na Núbia, onde surgiu como componente dos ritos de fertilidade locais, ou talvez tenha evoluido de um ritual arcaico que consistia em cortar brotos de papiro com caules longos, secá-los, segurá-los em forma de arco e sacudi-los rítmicamente para abrir o coração da pessoa à deusa Hathor. Os brotos de papiro secos contêm um certo número de sementes soltas que produzem um som sibilante musical quando são chacoalhadas. A palavra egípcia seshesh, que significa sussurrar, deu origem ao nome egípcio do instrumento, seshest, onomatopaico, lembrando uma das mais protetoras e antigas deusas do Egito, a deusa-naja Wadjit, que se acreditava pudesse ser chamada sussurrando sons e encantada através de música rítmica. Alguns dos sistros mais antigos apresentam hastes na forma de serpentes, reminiscência dos velhos rituais de colheita.


Devemos associar à perfeita execução do rito a admirável figura de «Amés Merit-Amon» a esposa do faraó Amenhotep I. Seu sarcófago em cedro, descoberto no seu túmulo de Deir el-Bahari, é uma obra prima de um tamanho impressionante, decorado com plumas pintadas e chapeado de ouro. O rosto dessa mulher-pássaro é de uma beleza e juventude espantosas:
  • a rainha segura dois cetros em forma de papiro, símbolos do eterno viço da alma.

Origem: 'As Egípcias' de Christian Jacq e Instrumentos Musicais

Egito

Duas grandes forças: o rio Nilo e o deserto do Saara, configuraram uma das civilizações mais duradoras do mundo. Todos os anos o rio inundava suas margens e depositava uma camada de terra fértil em sua planície aluvial. Os egípcios chamavam a região de Kemet, "terra negra". Esse ciclo fazia prosperar as plantações, abarrotava os celeiros reais e sustentava uma teocracia – encabeçada por um rei de ascendência divina, ou faraó – cujos conceitos básicos se mantiveram inalterados por mais de 3 mil anos. O deserto, por sua vez, atuava como barreira natural, protegendo o Egito das invasões de exércitos e idéias que alteraram  profundamente outras sociedades antigas. O clima seco preservou artefatos como o Grande Papiro Harris, revelando detalhes de uma cultura que ainda hoje suscita admiração.

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