segunda-feira, 6 de setembro de 2010

A Serpente Apófis

Na sua passagem pelo reino das sombras, à noite, o deus-Sol enfrentava vários adversários, dentre os quais os mais perigosos eram as serpentes. O demônio líder de todos eles era a grande serpente Apófis (em egípcio Apep ou Aapep). Não existem evidências da existência dessa divindade antes do Império Médio (c. 2040 a 1640 aC), mas posteriormente, nos textos funerários, ela é normalmente descrita como uma longa serpente e às vezes se diz que é dotada de espiras firmemente comprimidas, como se fosse uma mola, para enfatizar seu enorme tamanho. Alguns textos a descrevem como tendo mais de 16 m de comprimento, com a primeira seção de seu corpo feito de pederneira. Ela era uma das serpentes que habitava o Nilo celeste e surgia do fundo das águas para atacar o deus-Sol e fazer sua barca soçobrar. Consequentemente, era uma constante ameaça à própria estabilidade do cosmos.

Nas ilustrações Apófis normalmente é mostrado sendo contido, desmembrado ou no processo de ser destruído, frequentemente por meio de inúmeras facas. Na tumba de Ramsés VI (c. 1151 a 1136 aC), no Vale dos Reis, o monstro aparece com 12 cabeças sobre seu dorso, representando aqueles que ele engoliu e que são libertados, embora que apenas por breves momentos, quando ele é derrotado. Depois que o barco de Rá consegue passar pela cobra, as cabeças estão destinadas a voltar para dentro do corpo do monstro, até serem libertadas novamente, só por um breve instante, na noite seguinte.

Existem ainda cenas de caráter diferente estampadas em tumbas e papiros funerários nas quais Rá ou Hátor se apresentam sob a forma de felinos para matar a serpente, cortando-a com uma faca. Em algumas cenas dos templos de Dendera, Deir el-Bahari, Luxor e Philae a serpente também é retratada simbolicamente. Nesses casos o faraó golpeia um objeto circular semelhante a uma bola, que representa o olho mau de Apófis.

Deus do mal, era associado a vários eventos naturais assustadores como:
  1. a escuridão inexplicavel de um eclipse solar,
  2. tempestades e
  3. terremotos.
O ataque desse monstro ao deus-Sol acontecia, segundo os relatos egípcios, a cada manhã, quando a barca solar estava prestes a emergir para a luz e, então, os aterradores rugidos da fera ecoavam na escuridão. Os artifícios que a serpente usava para impedir a passagem do barco eram as próprias ondulações do seu corpo, que são descritas como bancos de areia, ou ainda beber as águas do rio do mundo subterrâneo para fazer com que o barco de Rá encalhasse. A hipnose também é uma de suas armas, pois em algumas versões do mito Apófis hipnotiza Rá e todo o séquito que viaja com ele.

Embora Seth também seja um deus do mal, nesse caso ele atua como divindade protetora e, em alguns textos, se diz que foi o proprio Rá que o convocou para derrotar a serpente. O papel original de Seth era batalhar contra Apófis e impedi-lo de destruir a embarcação. Resistindo inclusive ao olhar fixo mortal da serpente e não se deixando hipnotizar, Seth finalmente derrota o gigantesco animal quando, da proa do barco solar, o trespassa com uma grande lança. Ocasionalmente a entidade malévola teria sucesso e o mundo seria mergulhado em trevas, idéia que pode querer refletir a ocorrência de um eclipse solar. Mas mesmo nesses casos o deus Seth e seu companheiro Mehen, outra deidade em forma de serpente, sairiam vencedores, pois fariam um buraco na barriga de Apófis para permitir que o barco solar escapasse.

Ouras narrativas contam que os companheiros de viagem de Rá e até mesmo os próprios mortos, que podiam se transformar em uma forma do deus Shu, eram envolvidos nesta batalha cíclica para a sobrevivência da criação e da ordem. Principalmente no Livro das Portas – uma narração sobre a viagem do deus-Sol pelo mundo noturno surgida no começo da XIX dinastia (c. 1307 a 1196 aC), Ísis, Neith e Selkis, juntamente com outras deidades secundárias e ajudadas por algumas espécies de macacos, capturam o monstro com redes mágicas. A seguir ele é dominado por deidades, entre as quais se inclue o deus de terra Geb e os filhos de Hórus, as quais cortam seu corpo em pedaços. A cada noite, porém, ele será revivido para atacar mais uma vez. Em outros relatos do mito, o deus-Sol é cercado ou engolido pela serpente que mais tarde o vomita, numa clara metáfora de renascimento e renovação.

Apófis não era uma divindade para ser adorada. Muito pelo contrário, ele foi incluído em vários cultos como um deus ou demônio contra o qual as pessoas deveriam estar protegidas. Assim sendo, foram produzidos vários textos mágicos e rituais para combater os efeitos dele no mundo. Existe um conjunto de textos conhecidos hoje em dia como o Livro de Apófis – uma coleção desses feitiços mágicos que datam do Império Novo (c. 1550 a 1070 aC), embora o exemplar melhor preservado, conhecido como o Papiro de Bremner-Rhind, atualmente de posse do Museu Britânico de Londres, tenha sido produzido no IV século aC. São fórmulas destinadas a derrotar o monstro, fornecendo proteção contra os seus poderes maléficos e também contra as cobras, vistas como manifestações perigosas da deidade, ainda que secundárias.

Os egípcios acreditavam que Apófis comandava um exército de demônios que infestavam o gênero humano e que só tendo fé nos deuses de luz as pessoas poderiam derrotar tal contingente. Ele era uma serpente gigantesta que já existia no começo dos tempos nas águas do caos primevo, antes da criação. Seu poder era tão grande que continuaria existindo num perene circulo vicioso de ataque, derrota e novo ataque. Por conta desse entendimento, anualmente os sacerdotes de Rá executavam um ritual denominado o Banimento de Apófis. Diante de uma efígie do demônio colocada no centro do templo eles rezavam para que toda a maldade no Egito entrasse na imagem. Então eles pisoteavam a efígie, quebravam-na, batiam-lhe com paus, despejavam lama sobre ela e, eventualmente, queimavam-na e a destruiam. Deste modo, acreditavam, o poder de Apófis seria afastado por mais um ano.

No período tardio (c. 712 a 332 aC), os textos mágicos de defesa eram lidos diariamente nos templos para proteger o mundo da ameaça do arqui-inimigo do deus-Sol. Associado à leitura havia todo um ritual durante o qual os sacerdotes cortavam em pedaços e queimavam um exemplar de cera da serpente. Outros rituais consistiam em desenhar na cor verde uma imagem da serpente em um pedaço virgem de papiro, o qual era então lacrado em uma caixa que era posta de lado durante determinado período antes de ser lançada ao fogo. Como o defunto também precisava ser protegido de Apófis, na tumba eram colocados vários rolos de papiro contendo fórmulas para trazer o monstro para o local da execução, onde ele seria cortado, esmagado e consumido pelo fogo. Essa também chamada serpente do renascimento recebeu, durante o Período Romano (30 aC a 395), o epíteto de aquele que foi cuspido e foi relacionado com a saliva da deusa Neith.


sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O faraó Merenptah

Merenptah ou Merneptah foi o quarto faraó da XIX dinastia egípcia do Império Novo. O nome Merenptah significa "Amado de Ptah". Governou entre 1213 e 1203 aC, segundo o egiptólogo alemão Jürgen von Beckerath.

Merenptah foi o 13º filho do faraó Ramsés II e de uma das suas esposas, a rainha Isitnefert. Tornou-se rei devido à morte prematura dos seus irmãos mais velhos, que deveriam suceder o pai; tinha já uma idade avançada (talvez cerca de 60 anos) quando ascendeu ao trono.

No 5º ano do seu reinado os Povos do Mar, vindos da Anatólia, invadiram a Líbia. Este povo foi responsável por ali introduzir as armas de bronze; junto com os Líbios, os Povos do Mar pretendiam invadir o Egito. Merenptah não só abortou esta invasão, como também os derrotou numa batalha que se julga teve lugar na região ocidental do Delta do Nilo.

No ato de generosidade, o faraó forneceu cereais aos Hititas (antigos inimigos do Egito) durante um período de fome motivado por mudanças climáticas na área do Mediterrâneo. Realizou também campanhas militares na Palestina contra as cidades de Ascalon, Gezer e Yenoham, com o objetivo de manter a dominação egípcia sobre aquele território.

  • Uma estela no seu templo funerário, que descreve as suas vitórias sobre os Líbios e as cidades da Palestina, faz referência ao nome "Israel", naquela que é a mais antiga menção não bíblica a este nome (que deve ser entendido em referência a uma tribo e não a um país). Em parte por causa disto divulgou-se a ideia de que Merenptah seria o "faraó do Êxodo", mas nada sustenta esta teoria.

Não existem provas arqueológicas ou históricas que sustentem a história do Êxodo ou a ideia da escravatura de um povo semita no Egito.

Uma vez que o seu reinado foi curto, Merenptah não teve possibilidade de levar a cabo um vasto programa de obras. No entanto, salienta-se as obras no templo de Ptah em Mênfis (onde também construiu um palácio), bem como o seu templo funerário em Tebas, construído por detrás dos Colossos de Memnon e recorrendo aos materiais do templo funerário de Amen-hotep III.


Sarcófago de Merenptah do Vale dos Reis


Merenptah foi sepultado na tumba número 8 do Vale dos Reis (KV8), uma das maiores desta necrópole. A sua múmia não foi descoberta neste túmulo, mas no "esconderijo" do túmulo de Amen-hotep II.


Fonte: Wikipédia

domingo, 29 de agosto de 2010

A Ama

Após o nascimento da criança, entra em cena – a ama. Em muitos casos a própria mãe amamentava o filho, mas a ama a assistia para resolver os problemas que surgissem.

A primeira questão era dar nome à criança, que recebia dois nomes:
  1. utilizado diariamente
  2. que definia o seu ser autêntico e secreto (nome dado pela sua mãe e revelado à criança caso esta se mostrasse digna)
Os nomes dos egípcios e das egípcias eram extremamente variados, e especialistas na matéria redigiram abundantes repertórios. A mãe pode dar ao filho o nome de "o Sírio", "o Núbio", mesmo que não seja originário dessas regiões; mas porque considera que sua existência estará relacionada com elas; também escolhe "a Bela", "o Guardador de pássaros"... o fato de atribuir um nome implica um dom de vidência praticado quer pela mãe, quer por uma mulher consultada. Cada nome tem um sentido preciso, que orienta a existência do seu portador.


A importância da ama
Várias tiveram um importante papel na corte egípcia. Tiyi – esposa do dignatário Ay, futuro faraó, e que deu o seio a Nefertiti e educou-a. Chamava "Grande ama" àquela que amamenta um futuro rei. Dispondo de um servo, a ama real tem ainda a possibilidade de mandar escavar um belo túmulo.

Satré, ama da rainha Faraó Hatchepsut, teve o grande privilégio de ver sua estátua colocada no interior do templo de Deir el-Bahari.

Datados da época baixa, determinados contratos especificam que, em troca de honorários, a ama se comprometia a amamentar a criança ou a tratar dela durante um período bem determinado. Também exercia uma função médica e tratava em particular da incontinência urinária da criança, fazendo-a absorver pílulas compostas de parcelas de pedra fervida ou de um líquido à base de cana. O pior para uma ama era não ter leite, ela dispunha de um remédio eficaz contra este inconveniente: ungir as costas com um unguento a base da espinha dorsal de um peixe, o lates niloticus, cozida em azeite.

Como as crianças tinham que ser amamentadas durante pelo menos 3 anos, segundo as prescrições médicas, o trabalho não faltava às amas, sendo mais bem pagas do que certos terapeutas.

Considerado como "o líquido que cura", o leite era examinado com atenção, devia ter o cheiro das plantas aromáticas ou de farinha de alfarroba. A longa duração da amamentação explica a inexistência de raquitismo nos esqueletos das crianças egípcias. O leite podia ser recolhido em recipientes de barro em forma de mulheres apertando os seios e com uma criança no colo.

Tratar os seios das amas era uma tarefa essencial, destinada a evitar pruridos, sangrias e supurações. Os médicos utilizavam produtos à base de cana, fibras vegetais, pistilos e estames de junco.


Leite para o faraó
Em uma estela da XVIII dinastia vemos uma mulher de peruca, sentada numa cadeira de espaldar baixo, dando o seio a uma criança, provavelmente um rapaz, deitado em seu colo. Diante dela, uma das suas filhas despeja água num recipiente, praticando um rito de purificação. Atrás, uma segunda filha traz flores de lótus. As 3 crianças celebram a memória da sua falecida mãe, e esta cerimônia de amamentação tem de exepcional o fato de se desenrolar no ouro mundo, onde a mulher, para sempre viva, continua a exercer a sua função de nutriente.

O leite dá vida, poder e uma longa existência. Hórus conseguiu reconquistar a sua antiga realeza porque foi amamentado por Ísis. Desde a época do Texto das Pirâmides, o mais antigo corpus sagrado, a amamentação faz parte dos ritos de coroação do faraó, que graças a ela volta a ser vivo, reconhecendo a capacidade de exercer as funções reais.

A amamentação implica mais do que a absorção de uma beberagem eterna, é mais do o gesto de uma proteção mágica ou de um simples rito de adoção... Trata-se de uma espécie de iniciação. A alcançar a sua nova dignidade, o Faraó entra no mundo dos deuses. (Jean Leclant)

Fonte: 'As egípcias' de Christian Jacq

sábado, 28 de agosto de 2010

A batalha de Megido

Uma aliança de cidades cananéias era liderada pelo rei de Cades no Orontes e o rei de Megido. A fim de reprimi-los Thutmose III (imagem ao lado em Karnak) marchou com seu exército em dez dias de sua fortaleza da fronteira Sileh de Gaza, a principal fortaleza egípcia em Canaã. Depois de outros onze dias chegaram a Yaham, onde realizou um conselho de guerra. Sabia que os cananeus tinham-se concentrado com suas forças perto de Megido para o qual existem três vias de acesso:

  1. norte
  2. sul
  3. central através de Aruna, menos facilmente defensáveis.
Os generais sabiam sobre a rota Aruna que estava sendo bloqueado pelas forças dos cananeus e aconselhou o faraó a tomar Yokneam ou rota Taanakh.

"Agora, dois (outros) as estradas estão aqui. Uma das estradas (eis que é [a leste de] nós, assim que ele sai na Taanakh. O outro (eis que é para o lado norte da Djefti, e nós vamos sair para o norte de Megiddo. Vamos continuar nosso Senhor vitorioso sobre a [eles], que é satisfatório [a] seu coração, (mas) não nos fazem ir nessa estrada difícil! " Inscrição do Templo Amon em Karnak - JB Pritchard antigos textos do Oriente, 1969: p. 234.

Tutmés rejeitou os argumentos de seus generais, estabelecidos na rota Aruna, atingiu o rio ao sul de Megido Qinah sem qualquer oposição.

Foi então que a disposição das forças cananéias ficou clara. Um contingente de soldados guardavam a estrada do sul de Taanakh. Os carros estavam concentrados em torno de Megiddo, aguardando as forças egípcias para atacar os soldados. Os egípcios os perseguindo iria quebrar o franco e poderiam ser atacados pelos cananeus cavaleiros escondidos.

Eis que Sua Majestade veio adiante, juntamente com seu exército vitorioso e que encheram o vale; deixar nosso vitorioso Senhor escutai-nos desta vez, e vamos aguardar o nosso Senhor para nós a retaguarda de seu exército e seu povo. Quando a traseira do exército veio direto para nós, então vamos lutar contra esses asiáticos e não teremos nenhum problema sobre a retaguarda do nosso exército.

A conquista de Megiddo e seus habitantes foi vital, e caiu após um cerco de sete meses. Todos os príncipes de todos os países do norte são colocados dentro dele. A captura de Megido é a captura de mil cidades.

As forças rebeldes dispersas, incluindo os reis de Megido e Kadesh, conseguiram reorganizar-se dentro da cidade, e ajudaram aos que tinham ficado fora a subir a muralha. Os egípcios, entretenidos saqueando o acampamento rebelde, perderam a oportunidade de uma rápida conquista vendo-se obrigados a sitiar Megido durante sete meses, depois dos quais a cidade foi rendida, ainda que o rei de Kadesh escapou. O botim conseguido pelos egípcios ficou anotado em Karnak:

  • 340 prisioneiros vivos e 83 mãos
  • 2.041 éguas, 191 potros, 6 sementales
  • uma carroça trabalhada em ouro, sua vara de ouro, deste vil inimigo; uma formosa carroça trabalhada em ouro do príncipe de Megido
  • 892 carroças de seu miserável exército ao todo, 924 carroças
  • uma formosa armadura de bronze pertencente ao príncipe de Megido, 200 armaduras de seu vil exército,
  • 502 arcos,
  • 7 varas de madeira do inimigo, trabalhadas em prata
  • 1.929 cabeças de ganhado grandes,
  • 2.000 de ganhado pequeno, 20.500 ovelhas.
(Posteriormente em Yenoam, Nuges, Herenkeru e outras cidades rendidas nesta mesma campanha tomar-se-ia mais botim, incluindo reféns e escravos).

Seguindo o costume da época, Tutmosis III tomou como reféns os filhos da cada um dos reis derrotados. Após ser educados na corte egípcia, foram devolvidos a seus lugares de origem, onde governaram com o consentimento do Egito.

A vitória de Megido foi só o começo da pacificação de Canaã e Síria. A esta batalha seguiriam uma série de campanhas, com periodicidade quase anual, que suporiam a expansão do poder do Egito até o norte de Mesopotamia.

Tutmés levou muitas campanhas mais em Canaã, e oito anos após a batalha de Megiddo tomou Kadesh no Orontes. Após a conquista do Retenu, ele construiu uma grande frota naval, que foi fundamental em sua extensão e influência egípcia sobre grande parte do litoral do Oriente Próximo. Seu exército poderia chegar a qualquer cidade costeira na Síria por via marítima, em 4-5 dias, enquanto a pé, a viagem iria demorar mais de uma quinzena. Surpresa foi uma importante arma em seu arsenal.


Fonte: Wikipédia ; Wikilingue e reshafim.org.il

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Tutmés I e Tutmés II

Tutmés I
Terceiro rei da XVIII dinastia egípcia, sucessor de Amen-hotep I. Teve um reinado de treze anos, ficando conhecido por ter concedido ao Egito um grande poderio militar. Suas origens familiares não são claras. Para alguns especialistas, ele seria filho do rei Amen-hotep I e de uma concubina de nome Semiseneb. Habitualmente considera-se que a sua legitimação como rei advém do fato de ter casado com Ahmose, filha do rei Ahmés e da rainha Ahmés-Nefertari e irmã de Amen-hotep I. Uma vez que Amen-hotep I não tinha gerado um sucessor quando morreu, Tutmés virou rei devido ao seu casamento com a irmã do falecido monarca, o que demonstraria a importância da mulher na dinastia real. Da união entre Tutmés e Ahmose resultaram dois filhos e duas filhas. Uma das suas filhas foi Hatchepsut, que mais tarde se tornaria soberana do Egito.
  • Tutmés foi enterrado no Vale dos Reis.


Tutmés II
Quarto rei da XVIII dinastia egípcia. O historiador Maneton atribui-lhe um reinado de treze anos, mas este valor é discutido por alguns egiptólogos, que consideram mais provável ter reinado três anos. Deixou poucas inscrições nos monumentos e é pouco referido nas autobiografias da época do Império Novo. Filho de Tutmés I e de uma esposa secundária, Mutnefert. Assim sendo ocupava uma posição relativamente inferior à da sua meia-irmã Hatchepsut, que era filha de Tutmés I com a sua esposa principal. Para reforçar a sua legitimidade real, Tutmés II casou com Hatchepsut, que se julga um pouco mais velha que ele.

– Teve com Hatchepsut duas filhas as princesas:
  1. Neferure e
  2. Neferubiti.
– Com a sua esposa secundária, Ísis:
  1. o futuro Tutmósis III, que declarou seu herdeiro antes da sua morte.
Vários documentos referem-se às suas campanhas militares, mas alguns investigadores duvidam que o próprio tenha liderado em pessoa essas campanhas; em vez disso estas teriam sido protagonizadas pelos seus generais. No ano 1 do seu reinado esmagou uma revolta na Núbia, que terá levado ao fim do reino de Kush. Conhece-se também uma campanha contra beduínos do sul da Palestina. Há quem sugira que devido à fraca saúde de Tutmés a sua esposa Hatchepsut pode ter sido a verdadeira soberana durante este período. Isto também explicaria o fato de Tutmés II ter nomeado o seu filho como sucessor antes de morrer, talvez para impedir o avanço da sua esposa como monarca do Egito.
  • A sua múmia foi encontrada em 1881 em Deir el-Bahari, mas não se conhece ao certo o seu túmulo (que se julga estar no Vale dos Reis).

Fonte: Wikipédia

Egito

Duas grandes forças: o rio Nilo e o deserto do Saara, configuraram uma das civilizações mais duradoras do mundo. Todos os anos o rio inundava suas margens e depositava uma camada de terra fértil em sua planície aluvial. Os egípcios chamavam a região de Kemet, "terra negra". Esse ciclo fazia prosperar as plantações, abarrotava os celeiros reais e sustentava uma teocracia – encabeçada por um rei de ascendência divina, ou faraó – cujos conceitos básicos se mantiveram inalterados por mais de 3 mil anos. O deserto, por sua vez, atuava como barreira natural, protegendo o Egito das invasões de exércitos e idéias que alteraram  profundamente outras sociedades antigas. O clima seco preservou artefatos como o Grande Papiro Harris, revelando detalhes de uma cultura que ainda hoje suscita admiração.

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