segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Mulheres no campo

A mulher podia possuir, dirigir e gerir um domínio agrícola; e com isso ser dispensada dos trabalhos pesados. Limpar o trigo e moer, eram trabalhos muitas vezes atribuídos à mulher, que manejava o crivo – uma espécie de pá oval.




Debruçadas para frente, as moedeiras levantam alto o seu instrumento para o trigo cair longe delas. Depois de formado um monte, aparecem as peneireiras que eliminam as impurezas. Varredoras estão encarregadas de limpar o terreno e de varrer a palha. É necessário moer várias vezes. Esses trabalhos não estava estritamente reservados às mulheres, podiam ser confiados a homens também.


As mulheres também participavam, mas de maneira modesta, nas vindimas – colhendo as uvas, e apreciavam também aos bons vinhos.
Guardiã do jardim – vigilância, jardinar que era considerado um trabalho duro, necessário uma irrigação cotidiana e repetitiva. Os jardineiros sentiam dores no pescoço de carregarem os baldes de água, pendurados nas extremidades dos paus.

Os trabalhos agrícolas prosseguem no outro mundo. Os uchebtis "os que respondem" – figurinhas mágicas ativadas por quem conhece as fómulas mágicas para os animar. Em certos casos, os ressuscitados continuam a manejar a charrua, a lavar e a ceifar, mas estão sorridentes e serenos, envergando imaculadas vestes brancas.

imagem de árvores e arbustos, encontrada no túmulo de Senedjem em Deir el–Medina

É assim que no pequeno mais magnífico túmulo de Senedjem, em Deir el-Medina, vemos o marido ceifar as espigas de trigo, ao mesmo tempo em que a mulher as apanha e as coloca num cesto. Ceifeira feliz, os campos da eternidade têm para ela o sabor do paraíso.





































Origem: 'As Egípcias' de Christian Jacq

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Egito

Duas grandes forças: o rio Nilo e o deserto do Saara, configuraram uma das civilizações mais duradoras do mundo. Todos os anos o rio inundava suas margens e depositava uma camada de terra fértil em sua planície aluvial. Os egípcios chamavam a região de Kemet, "terra negra". Esse ciclo fazia prosperar as plantações, abarrotava os celeiros reais e sustentava uma teocracia – encabeçada por um rei de ascendência divina, ou faraó – cujos conceitos básicos se mantiveram inalterados por mais de 3 mil anos. O deserto, por sua vez, atuava como barreira natural, protegendo o Egito das invasões de exércitos e idéias que alteraram  profundamente outras sociedades antigas. O clima seco preservou artefatos como o Grande Papiro Harris, revelando detalhes de uma cultura que ainda hoje suscita admiração.

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