quarta-feira, 19 de agosto de 2009

A rainha Ísis



Cada parte do corpo de Osíris deu origem a uma província, e assim todo o Egito foi assimilado ao seu ressuscitado esposo, animando a totalidade do país. Ísis sentia-se, em toda parte como na sua própria casa.


Por isso quando percorremos o Egito, descobrimos 3 lugares particularmente ligados a Ísis, de norte para sul:


  1. Behbeit el-Hagar – no Delta, é um local desconhecido dos turistas. Num labirinto de ruelas, o que resta do templo de Ísis, é um monte de enormes blocos de granito ornado com cenas rituais. Onde já foi um templo colossal.
  2. Dendera – lugar simbolicamente dedicado ao nascimento de Ísis, no Alto Egito. O santuário está praticamente preservado. Existem ainda o templo coberto e o mammisi (templo do nascimento de Hórus), e um pequeno santuário, onde segundo os textos, Ísis veio ao mundo com uma pele rosada e uma cabeleira negra. Foi a deusa dos céus que lhe deu vida, enquanto Amon, o princípio oculto, e Chu, o ar luminoso, lhe concediam o sopro vital.
  3. Filas – fronteira meridional do Antigo Egito , ilha-templo de Ísis; ali viveu a derradeira comunidade iniciática egípcia, aniquilada por cristãos fanáticos. Ameaçados de destruição pela inundação (a grande barragem de Assuã) os templos de Filas foram desmontados pedra por pedra e reconstruídos numa pequena ilha vizinha. A «pérola do Egito» foi salva da águas. De acordo com a vontade dos egípcios, os ritos continuam a ser celebrados graças aos hieróglifos gravados na pedra.

A eternidade de Ísis
Vitoriosa sobre a morte, sobreviveu à extinção da civilização egípcia, desempenhando um importante papel no mundo helenístico até o século V. Seu culto espalhou-se por todos os países da bacia mediterrânea e mais além. Tornou-se protetora de várias confrarias iniciáticas, que a consideraram o símbolo da onisciência, detentora do segredo da vida e da morte, capaz de assegurar a salvação dos seus fiéis. Ísis foi durante muito tempo uma temível concorrente do cristianismo. Aliás, se dissimulou Ísis sob as vestes da Virgem Maria, tomando o nome de "Nossa Senhora" a qual tantas catedrais e igrejas foram dedicadas.

Ísis, modelo de mulher egípcias
Uma civilização molda-se de acordo com um mito ou um conjunto de mitos. No mundo judaico-cristão, Eva é pelo menos suspeita e daí o inegável e dramático estado espiritual das mulheres modernas que se regem por esse tipo de crença. No universo egípcio não acontece, pois a mulher não era fonte de nenhum mal ou deturpação. Ao contrário, através da grandiosa figura de Ísis, que enfrentava as piores provações e descobria o segredo da ressurreição. Modelo das rainhas, foi também modelo das esposas, das mães e das mulheres mais humildes. Aliada à fidelidade, uma indestrutível coragem perante a adversidade, uma intuição fora do comum e uma capacidade fantástica para penetrar nos mistérios. A sua busca servia de exemplo a todas quantas procuravam viver a eternidade. (ver também: Ísis)





Ísis, criadora do universo, soberana do céu e das estrelas, senhora da vida, regente das divindades, maga de excelentes conselhos. Sol feminino que tudo marca com o seu selo, os homens vivem às tuas ordens, sem o teu acordo nada se faz.






Fonte: 'As Egípcias' de Christian Jacq

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Egito

Duas grandes forças: o rio Nilo e o deserto do Saara, configuraram uma das civilizações mais duradoras do mundo. Todos os anos o rio inundava suas margens e depositava uma camada de terra fértil em sua planície aluvial. Os egípcios chamavam a região de Kemet, "terra negra". Esse ciclo fazia prosperar as plantações, abarrotava os celeiros reais e sustentava uma teocracia – encabeçada por um rei de ascendência divina, ou faraó – cujos conceitos básicos se mantiveram inalterados por mais de 3 mil anos. O deserto, por sua vez, atuava como barreira natural, protegendo o Egito das invasões de exércitos e idéias que alteraram  profundamente outras sociedades antigas. O clima seco preservou artefatos como o Grande Papiro Harris, revelando detalhes de uma cultura que ainda hoje suscita admiração.

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