domingo, 8 de novembro de 2009

A Arte Egípcia do Período Final

Da 25ª dinastia em que os faraós ainda regiam todo o Egito, até a conquista do país por Alexandre "o grande" , o Período Final abrange quase 4 séculos. Na 26ª dinastia os faraós já estavam envolvidos no comércio com as colônias gregas da Ásia Menor e acabaram contratando os gregos como soldados mercenários.

Em 525 aC, a 26ª dinastia foi subvertida pelo governante Achaemenid, da Pérsia. Os persas governaram o Egito durante a 27ª dinastia, por mais de 1 século, retirando-se em 404 aC. Sucedidos por 2 dinastias nativas fracas e curtas, a 28ª e 29ª . Em 380 aC uma família egípcia de governantes muito forte deu início à 30ª dinastia. Esses foram os últimos faraós nativos a regerem o Egito, mas foram incapazes de deter os persas e Nectanebo II, foi o último faraó nativo do Egito.

Alexandre
Em 332 aC, Alexandre "o grande" invadiu o Egito, não ficou muito tempo no país, que deixou uma profunda marca neste invasor, especialmente ao reforçar sua convicção em seu destino divino, pois ele se considerava o herdeiro da tradição egípcia de monarquia divina e o filho do deus Amon, cujo templo no oásis de Siwa ele fez uma famosa peregrinação. Dirigiu o curso da história egípcia durante os próximos 3 séculos, fundando a cidade de Alexandria no litoral mediterrâneo do Egito e confiou o governo do país a um general seu amigo de infância chamado Ptolomeu. Em 30 anos Alexandre e seus descendentes estavam mortos e Ptolomeu proclamou-se rei do Egito (305 aC). Macedônios de origem e gregos de idioma, iriam reger o país durante quase 3 séculos, até Cleopatra VII.

26ª dinastia
Foi durante este período que a cultura egípcia mais impressionou e influenciou os visitantes estrangeiros e os imigrantes, especialmente os gregos. Ficaram maravilhados com as antiguidades do Egito e, apesar de acharem certas crenças e certos costumes estranhos e até mesmo bizarros, estavam perfeitamente dispostos a adorar muitos dos deuses egípcios e a adotar práticas específicas, inclusive a mumificação dos mortos.

Os artistas da época mantiveram os altos padrões de qualidade e maestria alcançados em períodos anteriores, mas infundiram um nível diferente de sofisticação à escultura e aos relevos. Estimavam a elegância da forma e a beleza das superfícies e eram capazes de efeitos sutilmente suavizados.

A residência dos reis da 26ª dinastia era a cidade de Sais, no Delta, conhecido como Período Saite. Os escultores egípcios sempre dominaram a arte da escultura em pedra. A habilidade dos artesãos da 26ª dinastia era equiparável à de seus predecessores, mas tinham suas próprias preferências. Gostavam da escuridão, pedras com grânulos finos, e prestavam grande atenção às superfícies, cujo acabamento era destinado a aumentar a beleza de sua cor e textura. Esse tratamento proporciona a muitas estátuas Saite uma beleza sutil, quase sensual. A maioria das esculturas e dos relevos egípcios da 26ª dinastia expressa um ideal caracterizado pela beleza da superfície, a elegância do formato e as faces estilizadas e sorridentes.

O estilo estabelecido durante o Período Saite iria dominar a arte egípcia pelo restante do Período Final. Não sabemos se tal estilo continuou desenvolvendo-se durante o obscuro período persa da 27ª dinastia e durante o restante ainda mais sombrios da 28ª e 29ª dinastias. A arte da 30ª dinastia continuou a ser baseada no estilo Saite, e parece que os reis tentaram emular em seus monumentos as realizações da 26ª dinastia. Mas os relevos e estátuas diferem dos protótipos Saite, as faces e os corpos são um pouco mais avolumados e as obras têm uma qualidade mais formal e sutil em características como os olhos e as sobrancelhas. Apesar de a escultura destinada à tumba ter desaparecido e de os relevos das tumbas serem muito limitados, as práticas funerárias egípcias tradicionais, como a mumificação, continuaram ao longo do Período Final, sendo adotadas até por muitos gregos e por outros estrangeiros que habitaram o Egito.


Ptolomeus
Os Ptolomeus não pretendiam ser egípcios, mas queriam reger como faraós legítimos. Adotaram títulos faraônicos e promoveram a religião egípcia. Mas Alexandria continuou a ser essencialmente grega. Sob o patronato ptolomaico, se transformou-se em um centro helenístico de estudos e de artes. Os próprios Ptolomeus foram as vezes representados no estilo egípcio, outras no estilo helenístico e outras ainda em ambos.






Origem: 'Tesouros do Egito' do Museu Egípcio do Cairo

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Egito

Duas grandes forças: o rio Nilo e o deserto do Saara, configuraram uma das civilizações mais duradoras do mundo. Todos os anos o rio inundava suas margens e depositava uma camada de terra fértil em sua planície aluvial. Os egípcios chamavam a região de Kemet, "terra negra". Esse ciclo fazia prosperar as plantações, abarrotava os celeiros reais e sustentava uma teocracia – encabeçada por um rei de ascendência divina, ou faraó – cujos conceitos básicos se mantiveram inalterados por mais de 3 mil anos. O deserto, por sua vez, atuava como barreira natural, protegendo o Egito das invasões de exércitos e idéias que alteraram  profundamente outras sociedades antigas. O clima seco preservou artefatos como o Grande Papiro Harris, revelando detalhes de uma cultura que ainda hoje suscita admiração.

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