Não lhes era exigida a virgindade nem o celibato, mas praticavam várias purificações antes de entrarem no templo e de participarem nos ritos, pois eram lavadas numa bacia, depiladas e incensadas.
– Deviam usar:
- uma veste comprida e apertada, até os calcanhares;
- uma tanga curta ou à altura dos joelhos, por vezes presa com faixas cruzadas sobre o peito e nas costas;
- um cinto com duas compridas faixas na frente;
- joias, pulseiras nos braços e nos tornozelos;
são as principais peças de vestuário e os ornamentos das reclusas, cuja função consistia em atrair energia divina sobre a Terra e concentrá-la no santuário.
Para além das atividades musicais, elas olhavam pelos objetos sagrados e pronunciavam palavras de poder contida nos hinos, apaziguando assim as forças cósmicas cuja intensidade podia ser destrutiva.
Essas iniciadas, habituadas a viverem os mistérios do templo, estavam incumbidas da tarefa de encarnar as deusas na representação secreta dos mitos. As carpideiras, estavam ligadas a uma comunidade de reclusas, "as da Casa da Acácia". Eram dirigidas por uma "superiora da Casa da Acácia", capaz de utilizar o formidável poder da leoa Ackhmet e de permitir que suas irmãs vencessem a morte.
A rainha Tiaa, esposa do faraó Amenhotep II, foi "diretora dos trabalhadores da Casa da Acácia". Ao lado do santuário onde essas iniciadas oficiavam, haviam um setor econômico encarregado de assegurar seu bem estar material.
Um baixo relevo da mastaba de Mereruka mostra 3 reclusas da Casa de Acácia vestidas com uma curta tanga, os braços em arco sobre a cabeça e dançando em um ritmo lento. Acompanham-nas 2 irmãs. O essencial do seu cântico ritual reside nestas palavras: "Que seu corpo permaneça intacto" , ou seja, que Osíris seja preservado da morte. As reclusas da Casa da Acácia participavam dos mistérios da ressurreição de Osíris e colocavam-se sob a proteção de Hathor, "dama da Casa da Acácia".
Origem: 'As Egípcias' de Christian Jacq
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