- "tocar sistro" e
- "apanhar o papiro"
Em ambos os casos produzem-se vibrações e um zumbido que encantam o ouvido da divindade, a qual, em compensação, alegrava a Terra. Esse culto prestado a Hathor no segredo da vegetação fazia eclodir uma vivificante juventude e favorecia o advento de uma nova vida, concedida pela deusa às almas que tocavam bem.
A origem do instrumento parece ter sido na Núbia, onde surgiu como componente dos ritos de fertilidade locais, ou talvez tenha evoluido de um ritual arcaico que consistia em cortar brotos de papiro com caules longos, secá-los, segurá-los em forma de arco e sacudi-los rítmicamente para abrir o coração da pessoa à deusa Hathor. Os brotos de papiro secos contêm um certo número de sementes soltas que produzem um som sibilante musical quando são chacoalhadas. A palavra egípcia seshesh, que significa sussurrar, deu origem ao nome egípcio do instrumento, seshest, onomatopaico, lembrando uma das mais protetoras e antigas deusas do Egito, a deusa-naja Wadjit, que se acreditava pudesse ser chamada sussurrando sons e encantada através de música rítmica. Alguns dos sistros mais antigos apresentam hastes na forma de serpentes, reminiscência dos velhos rituais de colheita.
Devemos associar à perfeita execução do rito a admirável figura de «Amés Merit-Amon» a esposa do faraó Amenhotep I. Seu sarcófago em cedro, descoberto no seu túmulo de Deir el-Bahari, é uma obra prima de um tamanho impressionante, decorado com plumas pintadas e chapeado de ouro. O rosto dessa mulher-pássaro é de uma beleza e juventude espantosas:
- a rainha segura dois cetros em forma de papiro, símbolos do eterno viço da alma.
Origem: 'As Egípcias' de Christian Jacq e Instrumentos Musicais
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