domingo, 22 de novembro de 2009

Mutnedjemet, irmã de Nefertiti

Viveu dias felizes e tranquilos na Cidade do Sol. Desposou o general Horemheb, que nada tinha de soldado grosseiro ou de guerreiro ávido de combater o inimigo. Escriba real, fino, letrado, especialista em Direito, era um dos responsáveis pela segurança externa do Egito.

Horemheb mandou construir uma magnífica morada eterna em Saqqara, cujos baixos-relevos exaltam a sua atividade militar e sua capacidade para manter a ordem. Akhenaton e Nefertiti confiaram nele, que soube se mostrar digno. A carreira de Horemheb parecia traçada, a sua esposa Mutnedjemet seria uma grande dama da corte e levaria uma vida luxuosa.

Com a morte de Akhenaton, a corte regressou a Tebas e Tutancamon tornou-se faraó e Horemheb tornou-se um dos homens fortes do regime, e sua esposa uma personalidade de destaque. Após a morte de Tutancamon, Ay um funcionário mais velho subiu ao trono (1325-1321 aC).

Horemheb cujo nome significa "Hórus em festa" subiu ao trono e seu reinado durou 28 anos. Foi autor de uma importante reforma jurídica:
  • suprimiu direitos abusivos
  • restabeleceu a justiça

Mutnedjemet teve os títulos de "grande princesa hereditária" (repâtet uret) e de "soberana do Alto e do Baixo Egito" e participou dos ritos de coroação do marido. No grupo estuário da coroação, conservado no Museu de Turim, Mutnedjemet aparece do mesmo tamanho que o esposo.. Por mais forte que fosse sua personalidade, Horemheb não podia reinar sem uma grande esposa real que justificasse a sua função.

Mutnedjemet significa "Mut, a doce, a apazível, a agradável (nedjemet). O hieróglifo que serve para escrever essas noções é uma alfarroba, que era de uma suave doçura para o paladar dos antigos egípcios. A rainha encarnava a grande mãe, a Antiga que rege as Duas Terras. A palavra Mut significa "mãe". Grande foi a responsabilidade da rainha Mutnedjemet. Encarnando o aspecto doce e maternal de Mut, teve a missão de dar ao mundo um novo Hórus, um novo faraó que poria o Egito em festa.

Considera-se por vezes, que Horemheb foi o verdadeiro fundador da 19ª dinastia na qual aparecerão os faraós excepcionais como Sethi e Ramsés II.

Fonte: 'As Egípcias' de Christian Jacq


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Egito

Duas grandes forças: o rio Nilo e o deserto do Saara, configuraram uma das civilizações mais duradoras do mundo. Todos os anos o rio inundava suas margens e depositava uma camada de terra fértil em sua planície aluvial. Os egípcios chamavam a região de Kemet, "terra negra". Esse ciclo fazia prosperar as plantações, abarrotava os celeiros reais e sustentava uma teocracia – encabeçada por um rei de ascendência divina, ou faraó – cujos conceitos básicos se mantiveram inalterados por mais de 3 mil anos. O deserto, por sua vez, atuava como barreira natural, protegendo o Egito das invasões de exércitos e idéias que alteraram  profundamente outras sociedades antigas. O clima seco preservou artefatos como o Grande Papiro Harris, revelando detalhes de uma cultura que ainda hoje suscita admiração.

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