quarta-feira, 21 de julho de 2010

A conhecedora e maga


Como revelam os arquivos de Deir el-Medina, existia em todas as comunidades, uma "mulher sábia, conhecedora", para resolver mil e um problemas.
  • Vidente, capaz de dar a uma criança o nome na qual estaria contido o seu destino;
  • Curandeira, previa o futuro, aliviava os males psíquicos e físicos;
  • Sabia encontrar objetos perdidos e distinguir a verdade da mentira;
  • Guardiã das tradições, transmitia oralmente os mitos, as lendas e os contos;
  • Era capaz de dizer se a pessoa era habitado por forças positivas ou negativas e neste caso como se libertar.
Essas "conhecedoras" exerceram influência considerável na vida diária dos antigos egípcios.

Enquanto ciência que dava acesso às leis universais, a magia está presente no universo egípcio, onde a fronteira entre a vida e a morte é mera aparência. As divindades residem na Terra e impregnam com seu poder as menores atividades diárias, reclamando aos camponeses, artesãos e donas de casa uma consciência do sagrado. Por isso utilizavam meios carregados de magia, como escaravelhos e amuletos.

A "conhecedora" é também uma maga. A expressão "grande, rica em magia" designa ao mesmo tempo a coroa real, a serpente uraeus erguida na fronte do faraó e de várias deusas, entre as quais Ísis. A maga nada ignora acerca dos malefícios e das virtudes de seres perigosos. Identificada com os quatro ventos, a maga abre as portas dos céus, estende o seu olhar até os confins da Terra, percorre o caminho da luz e da água e vive na unidade que existia antes do nascimento da multiplicidade.

Fonte: 'As Egípcias' de Christian Jacq

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Egito

Duas grandes forças: o rio Nilo e o deserto do Saara, configuraram uma das civilizações mais duradoras do mundo. Todos os anos o rio inundava suas margens e depositava uma camada de terra fértil em sua planície aluvial. Os egípcios chamavam a região de Kemet, "terra negra". Esse ciclo fazia prosperar as plantações, abarrotava os celeiros reais e sustentava uma teocracia – encabeçada por um rei de ascendência divina, ou faraó – cujos conceitos básicos se mantiveram inalterados por mais de 3 mil anos. O deserto, por sua vez, atuava como barreira natural, protegendo o Egito das invasões de exércitos e idéias que alteraram  profundamente outras sociedades antigas. O clima seco preservou artefatos como o Grande Papiro Harris, revelando detalhes de uma cultura que ainda hoje suscita admiração.

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