Como revelam os arquivos de Deir el-Medina, existia em todas as comunidades, uma "mulher sábia, conhecedora", para resolver mil e um problemas.
- Vidente, capaz de dar a uma criança o nome na qual estaria contido o seu destino;
- Curandeira, previa o futuro, aliviava os males psíquicos e físicos;
- Sabia encontrar objetos perdidos e distinguir a verdade da mentira;
- Guardiã das tradições, transmitia oralmente os mitos, as lendas e os contos;
- Era capaz de dizer se a pessoa era habitado por forças positivas ou negativas e neste caso como se libertar.
Essas "conhecedoras" exerceram influência considerável na vida diária dos antigos egípcios.
Enquanto ciência que dava acesso às leis universais, a magia está presente no universo egípcio, onde a fronteira entre a vida e a morte é mera aparência. As divindades residem na Terra e impregnam com seu poder as menores atividades diárias, reclamando aos camponeses, artesãos e donas de casa uma consciência do sagrado. Por isso utilizavam meios carregados de magia, como escaravelhos e amuletos.
A "conhecedora" é também uma maga. A expressão "grande, rica em magia" designa ao mesmo tempo a coroa real, a serpente uraeus erguida na fronte do faraó e de várias deusas, entre as quais Ísis. A maga nada ignora acerca dos malefícios e das virtudes de seres perigosos. Identificada com os quatro ventos, a maga abre as portas dos céus, estende o seu olhar até os confins da Terra, percorre o caminho da luz e da água e vive na unidade que existia antes do nascimento da multiplicidade.
Fonte: 'As Egípcias' de Christian Jacq
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