sexta-feira, 9 de julho de 2010

Poema de Pentaur


Poema épico produzido pelo escriba egípcio, Pentaur, que narra a batalha de Kadesh, na qual se enfrentaram os exércitos de Ramsés II e do rei hitita Muwatalli II. Escrito anos depois da batalha, o poema glorifica a valentia de Ramsés II durante o combate, como uma grande vitória das armas egípcias.

O faraó ordenou que o boletim militar daquela batalha fosse divulgado nos principais templos do país e encontra gravado nas paredes dos templos de Abidos, de Karnak, de Abu Simbel, nos pilares de Luxor, e no Ramesseum. Na ala direita da grande sala hipóstila de Karnak, o texto do boletim, sóbrio e conciso, está acompanhado pelo Poema de Pentaur, mais descritivo e de caráter decididamente literário, e que também conhecemos na forma de papiro (Papiro Sallier III).

O poema diz que, no quinto ano de seu reinado, o faraó Ramsés II, à frente de suas tropas, avançou sobre a cidade-fortaleza de Kadesh, mas que, enganado por espiões de Muwatalli, caiu numa emboscada, sendo cercado pelo exército inimigo. Contando apenas com sua guarda pessoal, composta por sessenta e cinco carros, o faraó foi atacado por mais de dois mil carros de guerra hititas.

"Erguendo-se em toda sua estatura, o rei vestiu sua armadura de combate, e em seu carro puxado por dois cavalos, lançou-se no mais aceso da batalha. Estava só, muito só, sem ninguém junto a ele. ... Seus soldados e seu séquito o olhavam de longe, vendo-o atacar e se defender heroicamente. Rodeavam-no dois mil e quinhentos carros, cada um com três guerreiros, todos apertando-se para lhe deter os passos. Só e intrépido, não o acompanhavam nem príncipes, nem generais, nem soldados..."

"Andam por um terreno coberto de cadáveres, todo rubro de sangre... !Não há lugar para os pés, tantos sãos os mortos!"

"Oh Ramsés, coração inquebrantável! Fizestes mais tu sozinho do que o exército inteiro! Ante tua espada vitoriosa, queda vencido o país dos Khetis! Nada se assemelha a ti, quando pelejas por teu povo no dia da batalha! ..."

"Que homem não se cobre de glória em sua pátria, quando mostra seu valor diante de seu senhor e tem renome de guerreiro? Em verdade, em verdade, o homem é aclamado por seu valor."



Fonte: Wikipédia

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Egito

Duas grandes forças: o rio Nilo e o deserto do Saara, configuraram uma das civilizações mais duradoras do mundo. Todos os anos o rio inundava suas margens e depositava uma camada de terra fértil em sua planície aluvial. Os egípcios chamavam a região de Kemet, "terra negra". Esse ciclo fazia prosperar as plantações, abarrotava os celeiros reais e sustentava uma teocracia – encabeçada por um rei de ascendência divina, ou faraó – cujos conceitos básicos se mantiveram inalterados por mais de 3 mil anos. O deserto, por sua vez, atuava como barreira natural, protegendo o Egito das invasões de exércitos e idéias que alteraram  profundamente outras sociedades antigas. O clima seco preservou artefatos como o Grande Papiro Harris, revelando detalhes de uma cultura que ainda hoje suscita admiração.

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