sexta-feira, 23 de julho de 2010

Papiro de Turim


O Papiro de Turim ou Cânone Real de Turim, também conhecido como Lista de Reis de Turim ou Papiro Real de Turim, é um papiro com textos em escrita hierática, guardado no Museu Egípcio de Turim, ao qual deve o seu nome.



O texto está datado na época de Ramsés II (embora possa ter sido escrito posteriormente) e menciona os nomes dos faraós que reinaram no Antigo Egito, precedidos pelos deuses que "governaram" antes da época faraónica.

O papiro, de dimensão 170 cm por 41 cm, consta de uns 160 fragmentos, a maioria muito pequenos, faltando muitos pedaços.


História
Quando foi descoberto pelo explorador italiano Bernardino Drovetti em 1822, nas proximidades de Luxor, parece que estava quase íntegro, mas quando o rei da Sardenha o doou à coleção do Museu Egípcio de Turim já estava muito deteriorado.

A importância do papiro foi reconhecida de imediato pelo egiptólogo francês Jean-François Champollion, e posteriormente por Gustavus Seyffarth, empenhando-se na sua reconstrução e restauração. Embora se conseguisse ordenar a maior parte dos fragmentos na posição correta, a diligente intervenção destes dois homens também chegou tarde, já que muitos pedaços deste importante papiro se tinham perdido.

Não sabemos que fontes utilizou o escriba para organizar a lista, se a copiou simplesmente de um papiro já existente, ou a compôs tendo acesso aos arquivos dos templos, compilando a lista utilizando antigas notas de impostos, decretos e documentos; a primeira possibilidade parece mais provável e implicaria que a Lista Real de Turim é realmente um documento de extraordinário valor histórico.


Texto
O papiro contém de um lado uma lista de nomes de pessoas e instituições. No entanto, é o outro lado do papiro que suscitou a maior atenção, pois contém uma lista de deuses, semideuses, espíritos, reis míticos e humanos que governaram o Egito, presumivelmente desde o principio dos tempos até à época de composição deste inestimável documento.

O principio e o final da lista perderam-se, o que significa que não temos a introdução da lista – se houve tal introdução – e a relação dos reis que houve depois da XVII dinastia.

O papiro cita nomes de governantes, agrupando-os por vezes e dá a duração do governo de alguns destes grupos, que correspondem, em geral, ao resumo das dinastias de Maneton. Mostra ainda em anos, meses e dias a duração do reinado de muitos faraós. Tem ainda os nomes de governantes efêmeros, ou mandatários de pequenos territórios, que apenas se conhecem aqui, pois geralmente estão omitidos noutros documentos. A lista inclui os governantes Hicsos, normalmente excluídos de outras listas de reis, e embora os seus nomes não estejam escritos dentro de um cartucho, juntou-se o texto hieroglífico Heqa Jasut para indicar que eram governantes estrangeiros.

O texto começa com uma relação de deuses e reis míticos. O primeiro nome de faraó aparece na epígrafe 2.11 (Meni). Embora estejam agrupados de diferente forma em relação à lista de reis de Maneton, para facilitar a datação juntou-se na listagem a classificação dinástica manetoniana, a mais utilizada pelos historiadores modernos.
  • 1.x - 1.21: Ptah e a Grande Enéade
  • 1.22 - 2.3: Horus e a Pequena Enéade
  • 2.4 - 2.8: Os Espíritos
  • 2.9/10: O deus Ré
  • 2.11 - 2.18/19: Dinastia I
  • 2.20 - 3.3: Dinastia II
  • 3.4 - 3.8: Dinastia III
  • 3.9 - 3.16: Dinastia IV
  • 3.17 - 3.27: Dinastia V
  • 4.1 - 4.7: Dinastia VI
  • 4.8 - 4.13/17: Dinastia VII e Dinastia VIII
  • 4.18 - 4.26: Dinastia IX
  • 5.1 - 5.9/11: Dinastia X
  • 5.12 - 5.17/18: Dinastia XI
  • 5.19 - 6.3: Dinastia XII
  • 6.4 - 7.23: Dinastia XIII
  • 8.1 - 10.12/13: Dinastia XIV
  • 10.14 - 10.20/21: Dinastia XV (hicsos)
  • 10.22 - 10.29/30: Dinastia XVI (hicsos)
  • 11.1 - 11.14: Dinastia XVII. Soberanos tebanos, contemporâneos das dinastias XV e XVI.


Fonte: Wikipédia

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Egito

Duas grandes forças: o rio Nilo e o deserto do Saara, configuraram uma das civilizações mais duradoras do mundo. Todos os anos o rio inundava suas margens e depositava uma camada de terra fértil em sua planície aluvial. Os egípcios chamavam a região de Kemet, "terra negra". Esse ciclo fazia prosperar as plantações, abarrotava os celeiros reais e sustentava uma teocracia – encabeçada por um rei de ascendência divina, ou faraó – cujos conceitos básicos se mantiveram inalterados por mais de 3 mil anos. O deserto, por sua vez, atuava como barreira natural, protegendo o Egito das invasões de exércitos e idéias que alteraram  profundamente outras sociedades antigas. O clima seco preservou artefatos como o Grande Papiro Harris, revelando detalhes de uma cultura que ainda hoje suscita admiração.

Comentários