sexta-feira, 28 de maio de 2010

Nefertari, a grande esposa de Ramsés II

É difícil, impossível, discernir através das inscrições oficiais os sentimentos de um faraó pela sua grande esposa. Mas quanto a Ramsés II e Nefertari, o faraó honrou sua esposa de maneira excepcional. Mesmo vivido bem mais que ela e outras esposas reais a sucederem, foi Nefertari a única rainha ligada ao reinado de Ramsés II.

Os pais de Nefertari são desconhecidos, ela talvez era de origem relativamente modesta. Seu nome significa "a mais bela" , "a mais perfeita". Casou-se com Ramsés, antes deste suceder a seu pai, Seti I; possuí os títulos que sublinharam o papel essencial da grande esposa real:
  • soberana do duplo país
  • aquela que preside o Alto e o Baixo Egito
  • a senhora de todas as terras
  • aquela que satisfaz os deuses

Os textos especificam que ela tinha um belo rosto e uma doce voz.

Interpretando as inscrições ao pé da letra, Nefertari teve 4 filhos e duas filhas com Ramsés II. Mas a noção de "filho" e "filha" corresponde muitas vezes a um título.

Nefertari na política
No primeiro ano do reinado de Ramsés ela foi associada a importantes atos e participou dos ritos da coroação. Teve um papel ativo nos grandes rituais do estado, como a Festa de Min e forte influência na política externa.

Os templos de Abu-Simbel
No centro da Núbia, na segunda catarata do Nilo, dois templos foram escavados na margem do rio, 1 300 km ao sul de Pi-Ramsés. A deusa Hathor reina nesse lugar mágico, a soberana do amor celeste. O faraó decidira exaltar o casal régio encarnando-o, de maneira monumental, nos dois templos próximos um do outro. Esses templos foram inaugurados pelo casal, no inverno do ano 24 do reinado.

Ramsés e Nefertari penetraram no grande templo, consagrando a regeneração perpétua do ka do faraó, avançaram na alameda ladeada de pilares representando o rei Osíris, transpuseram as portas que davam acesso às salas secretas e foram até o fundo do santuário, onde reinavam quatro divindades: Ra, Amon, Ptah e o ka de Ramsés.

Ramsés mandou construir esse templo "como obra de eternidade para a grande esposa real Nefertari, a amada de Mut, para todo o sempre, Nefertari, para cujo esplendor o Sol brilha". Sua coroa composta de um sol no meio e de dois chifres e duas altas plumas, que fazem dela a encarnação de todas as deusas criadoras. Na fonte, o uraeus, a cobra fêmea que queima os inimigos e dissipa as forças negativas. Ladeando a rainha, duas deusas, Ísis e Hathor, que a magnetizam depois de lhe terem colocado a coroa.

Ramsés é o esposo do Egito, e Nefertari a mãe, no naus do seu templo, ela identifica-se com Hathor e Ísis, cria as cheias e dá vida a todo o país.

A morada eterna de Nefertari
Quando Ramsés celebrou sua primeira festa sed, no fim de 30 anos de reinado, Nefertari não figurou entre as personalidades presentes. Conclui-se que Nefertari havia cruzado as portas do Além.

Outro monumento que canta a glória de Nefertari é a sua morada eterna no Vale das Rainhas. Obra prima da arte egípcia. O túmulo de Nefertari foi o único do vale das Rainhas que escapou à destruição e as degradações. Monumento vasto e inclui várias salas que conduzem à "sala do ouro", onde o corpo de luz da rainha havia sido animado pelos ritos, a fim de servir de suporte aos elementos espirituais do ser.

A morada eterna de Nefertari é um verdadeiro livro de sabedoria, reconstituindo as etapas de uma iniciação feminina. Muito para além da sua existência terrestre, a grande esposa real de Ramsés II lega-nos assim um inestimável testemunho.


* Leia também: Nefertari e Nefertari e sua maravilhosa tumba


Fonte: As Egípcias de Christian Jacq

12 comentários:

  1. O Blog é exatamente perefeito. O coloquei entre os meus favoritos. Vou consultá-lo sempre.Parabéns pelo belissimo trabalho!

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  2. Adorei o blog.Tenho acompanhado os 10mandamentos na Record.Obra maravilhosa.O que instiga a saber mais sobre os personagens.

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    1. PELAS INFORMAÇÕES, NÃO VEJO SEMELHANÇA DA NOVELA. POIS ACOMPANHO A NOVELA TAMBÉM. NAS, INFORMAÇÕES FALA-SE QUE NÃO É CITADO OS PAIS DE NEFERTARI , QUE ELA PODERIA TER VINDO DE UMA FAMILIA HUMILDE.....E QUANTO A RAMSÉS, FALAM QUE ELE NÃO NASCEU DO REI, E QUE ERA UM MILITAR....ATÉ AÍ NADA CONDÍZ COM A NOVELA.

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    2. Na novela eles cortam muitas coisas, porque as histórias bíblicas são grande, não tem como passar tudo. Mais vai ter a segunda temporada, eu não vejo a hora de chegar, adorei os mandamentos, e já estou com saudade!!

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    3. Na novela eles cortam muitas coisas, porque as histórias bíblicas são grande, não tem como passar tudo. Mais vai ter a segunda temporada, eu não vejo a hora de chegar, adorei os mandamentos, e já estou com saudade!!

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  3. SOU APAIXONADA POR HISTORIAS DO MUNDO ANTIGO .

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  4. Há duas visões sobre o Egito, a histórica e a cristã,como muitos sabem, poucos tinham conhecimento de escritas,somente nobres e como o Egito tinha pompa nada mais justo que ofuscar algumas verdades para o bem de um governo,na atualidade também...quando um povo é oprimido naõ se tem a chance de manifestação, resta as histórias passadas de gerações a gerações....e como a bibblia diz:Viver pelo olho da fé...creio que mesmo não tendo relatos historicos escritos ou em papiros,devemos avaliar por prismas...

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  5. Há duas visões sobre o Egito, a histórica e a cristã,como muitos sabem, poucos tinham conhecimento de escritas,somente nobres e como o Egito tinha pompa nada mais justo que ofuscar algumas verdades para o bem de um governo,na atualidade também...quando um povo é oprimido naõ se tem a chance de manifestação, resta as histórias passadas de gerações a gerações....e como a bibblia diz:Viver pelo olho da fé...creio que mesmo não tendo relatos historicos escritos ou em papiros,devemos avaliar por prismas...

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Egito

Duas grandes forças: o rio Nilo e o deserto do Saara, configuraram uma das civilizações mais duradoras do mundo. Todos os anos o rio inundava suas margens e depositava uma camada de terra fértil em sua planície aluvial. Os egípcios chamavam a região de Kemet, "terra negra". Esse ciclo fazia prosperar as plantações, abarrotava os celeiros reais e sustentava uma teocracia – encabeçada por um rei de ascendência divina, ou faraó – cujos conceitos básicos se mantiveram inalterados por mais de 3 mil anos. O deserto, por sua vez, atuava como barreira natural, protegendo o Egito das invasões de exércitos e idéias que alteraram  profundamente outras sociedades antigas. O clima seco preservou artefatos como o Grande Papiro Harris, revelando detalhes de uma cultura que ainda hoje suscita admiração.

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