
Quéfren não sucedeu diretamente a Quéops, entre eles existe o reinado de Djedefre (2528 a 2520). Segundo Mâneton, Quéfren reinou (2520 a 2494 a.C.), por 66 anos, mas a crítica histórica atual lhe atribui 26 anos de reinado. Resta apenas deste faraó uma estátua de dorita vinda do templo do vale da sua pirâmide de Gizé, onde o rei encontra-se sentado no seu trono. O rosto demonstra uma total serenidade, sobre a nuca pousou o falcão Hórus, que protege o rei com as suas asas abertas.
Nenhum acontecimento histórico importante parece marcar o seu reinado. Segundo Heródoto, ele teria sido como Quéops, um tirano:
"Durante todo esse tempo, os santuários fechados não teriam sido abertos. A aversão que os egípcios têm por estes reis levaram-nos a não querer citá-los, chegam mesmo a dar às pirâmides o nome do pastor Filitis, que naquele tempo pastoreava o seu gado nessa região". (Histórias, II, 127-128)
O conjunto dessa informação é falso e testemunha um estranho desejo de manchar a memória dos construtores das pirâmides.
A pirâmide de Quéfren
É quase tão alta quanto a de Quéops, mas mede 15 m a menos na base e tem uma inclinação mais íngreme. No vértice, o revestimento de calcário encontra-se quase que intacto. Um mestre de obras de Ramsés II, trabalhou no local:
- Para uns – restaurou a pirâmide.
- Para outros – utilizou os blocos de granito para construir os envasamentos de um templo de Ptah, em Mênfis, fazendo da pirâmide de Quéfren uma pedreira.
A disposição interna do templo funerário (ou templo baixo) é composta por:
- dois corredores, correspondente a duas entradas, juntam-se para conduzir a uma câmara funerária que abriga o sarcófago desprovido de ornamentos e inscrições
- pilares de granito que exprimem maravilhosamente a austeridade grandiosa do Antigo Império
- certos blocos atingem enormes dimensões, pesando alguns deles mais de 150 toneladas
- este templo, considerado como o da esfinge durante muito tempo, é o único santuário deste tipo e desta época que chegou até nós em bom estado de conservação
- o nome de Quéfren encontra-se gravado no alto das duas portas da entrada do templo
- ao entrar tem a nítida impressão de avançar para um labirinto, composto por pedras gigantes
- 23 estátuas de alabastro de Quéfren haviam sido instaladas
A esfinge

A esfinge foi constantemente ameaçada pelas areias. O rei Tutmósis IV libertou-a e talvez Ramsés II tenha pedreiros de elite encarregados de efetuarem reparações. Foi alvo de fervor popular até o final do paganismo (séc. IV d.C). No século II os romanos restauraram a calçada do pátio, e a eles se deve também o revestimento das patas do animal. A mutilação do rosto deve-se a um emir árabe que bombardeou a esfinge a tiros de canhão.
Monumento único, a esfinge é enigmática. Teremos que esperar que descobertas de ordem textual ou arqueológica venham um dia elucidar a idade e o significado do protetor do planalto de Gizé.
Fonte: 'O Egito dos Grandes Faraós' de Christian Jacq
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