
Muitas egípcias tinham uma profissão absorvente: donas de casa. Mas muitas tiveram um ofício fora da vida familiar e ocuparam importantes funções, a começar pelas grandes esposas reais que estavam à cabeça do Estado, ao lado dos faraós.
– Vizir
O braço direito do casal régio era o vizir – uma espécie de primeiro ministro com múltiplas tarefas. O termo verdadeiro é tchaty "o da cortina", aquele que conhece os segredos do faraó, porque foi admitido do outro lado do véu e sabe guardar silêncio "correndo a cortina". Encarregado de executar a vontade do soberano, o vizir jurava cumprir, sem fraquejar, todos os seus deveres e devia observar uma total integridade, sob pena de ser demitido das suas funções, as quais, confirma o texto da investidura podiam ser "amargas como fel".
Uma inscrição do Antigo Império, mostra um documento de memória dos títulos de uma dama "a soberana, a senhora", que foi princesa hereditária (repat), diretora (haty-batet). O caso é raro, se conhece outra mulher que foi vizir, na 26ª dinastia, período deliberadamente inspirado na idade áurea do Antigo Império. Mas o fato não é considerado excepcional, e a inscrição particularmente não o realça.
– Altas funcionárias
Na documentação poupada pelo tempo e pelas destruições, descobrimos que uma mulher podia ser governadora de uma província, de uma cidade ou de uma circunscrição administrativa o que implicava um importante trabalho à frente de um pessoal numeroso. Podia tranquilamente ser inspetora do Tesouro, superiora das estofas e da casa da tecelagem, dos cantores e dos bailarinos, das salas das perucas. A exceção do exército, estavam abertos quase todos os setores de atividade que caracterizavam a civilização faraônica.
Fonte: 'As egípcias' de Christian Jacq
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