domingo, 1 de agosto de 2010

Nefertari e sua maravilhosa tumba

A vivacidade das cores impressiona. A decoração parece ter sido terminada na véspera. Seguindo a norma, nenhum grama de tinta foi acrescentado durante o trabalho de restauração: os técnicos italianos que recuperaram essa tumba, a mais espetacular da necrópole tebana, limitaram-se a remover a poeira dos séculos para reavivar as cores originais.

Nefertari foi a mais mimada entre as esposas de Ramsés II. Para ela foram construídos o pequeno templo de Abu Simbel e essa tumba fabulosa, descoberta em 1906. Não se sabe quantos anos tinha quando morreu "a amada de Mut", "a mais bela de todas". De sua múmia só restaram os joelhos. A tumba já fora saqueada na Antiguidade. Sobraram apenas poucos objetos, como fragmentos de joias e um par de sandálias.

Dezoito degraus conduzem até a porta do túmulo. Num primeiro cômodo, quadrado, duas banquetas destinam-se a receber as oferendas. Uma outra escada leva à "sala de ouro" que abriga a sepultura. Quatro pilares inteiramente decorados sustentam o teto, que representa a abóbada celeste. Todo o túmulo de Nefertari é uma sucessão de imagens. Em companhia de diferentes deuses e deusas, a rainha às vezes é representada sob a forma de um pássaro com cabeça humana. Em cada cômodo ela é representada numa posição diferente – em pé, sentada ou ajoelhada – em atitude de veneração às sete vacas sagradas e ao touro. Uma enorme serpente alada amarela e verde junto ao teto e protege com as asas o cartucho de Nefertari (moldura que contém o nome da soberana). Há um detalhe significativo: a pele da rainha não é pintada de amarelo, conforme prescreve a regra no caso da representação de mulheres, mas de rosa vivo.

A tumba estava ameaçada por infiltrações e movimentos do terreno. O estuque desprendia-se das paredes. Utilizando instrumentos cirúrgicos, foi preciso remover, livrar do sal, reforçar e recolocar no lugar. Nas fissuras, injetou-se uma resina solidificadora. Foram necessários 3 anos de trabalho e mais 2 anos de observação.

Desde o término dos trabalhos, em 1995, a última morada de Nefertari recebe um número limitado de visitantes: apenas 150 pessoas, munidas de uma autorização especial ou de um ingresso caríssimo, são admitidas por dia. Na opinião dos egiptólogos mais radicais, a tumba não pode suportar a respiração de mais de dois visitantes num dia.


Leia também: Nefertari, a grande esposa de Ramsés II e Nefertari


Fonte: 'Egito um olhar amoroso' de Robert Solé

5 comentários:

  1. OS EGPCIOS ERAM DE UMA GRANDEZA ENORME NA SABEDORIA MAIS OS HEBREUS TINHAM O DEUS VIVO QUE ELES SERVIA COM MUITA FÉ , E COLOCOU UM PRA TOMBAR RAMSÉS, POR ISSO QUE AMO O MUNDO ANTIGO SÃO HITORIAS FASCINATES DE SEREM E RELATADAS AMEI ESTE BLOG

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  2. por favor leia a historia real e nao o que vc ve na novela ..obg

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  3. Nao sei por que quando se fala de Deus muita gente se encomoda.

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  4. gostaria de saber se existe relatos q as construções e a escravidão acabou em algum determinado momento no egito....assim sendo saberemos q realmente os escravos conseguiram a liberdade....alçguem me responde?

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  5. A fe nao se comprova, apenas acreditamos!
    feliz daquele que cre sem ver!!

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Egito

Duas grandes forças: o rio Nilo e o deserto do Saara, configuraram uma das civilizações mais duradoras do mundo. Todos os anos o rio inundava suas margens e depositava uma camada de terra fértil em sua planície aluvial. Os egípcios chamavam a região de Kemet, "terra negra". Esse ciclo fazia prosperar as plantações, abarrotava os celeiros reais e sustentava uma teocracia – encabeçada por um rei de ascendência divina, ou faraó – cujos conceitos básicos se mantiveram inalterados por mais de 3 mil anos. O deserto, por sua vez, atuava como barreira natural, protegendo o Egito das invasões de exércitos e idéias que alteraram  profundamente outras sociedades antigas. O clima seco preservou artefatos como o Grande Papiro Harris, revelando detalhes de uma cultura que ainda hoje suscita admiração.

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