sábado, 26 de dezembro de 2009

Hatchepsut

homem e mulher

Era a rainha do faraó Tutmósis I, Hatchepsut a esposa régia. Mas não casou, traiu a principal regra da instituição faraônica, que devia ser sempre encarnada por um monarca e uma grande esposa real.

Parece que todos os faraós do sexo masculino reinaram na companhia dessa esposa ritual, ao passo que os do sexo feminino permaneceram "celibatários". Tendo adquirido a qualidade de homem ao se tornar rei, elas eram esposas de si próprias e reconstituíam na sua esposa o casal régio.

Hatchepsut é uma "mulher de ouro", uma "mulher perfeita de rosto de ouro", o "Sol feminino (Râyt)" que os textos identificam como Mâat que entra precisamente no nome dela, Mâat-ka-Râ. Hatchepsut é identificada com Hórus feminino, o Sol feminino, a radiosa que ilumina a escuridão, aquela que brilha como o ouro; pelo seu olhar, ela é iluminadora.


dois ministros fiéis

Havia velhos servidores de Tutmósis I que ela conservou junto de si, entre eles:
  1. Hapuseneb – o sumo sacerdote de Amon, vizir e iniciado nos ministérios da Enéada; os textos nos indicam que praticou Mâat, a Ordem, na Terra. Ele desempenhou um determinante papel econômico no início do reinado, era quem vigiava as diferentes construções, dirigia a equipe de trabalhadores que escavou a morada eterna da rainha.
  2. Senenmut – conviveu muito próximo da rainha, aparece como seu amante em muitas obras, e também como o pai de sua filha Neferuré. Era de origem modesta, oficial do exército, perceptor da filha da rainha. Foi representado muitas vezes em estátuas segurando a criança sob a forma de "estátua cubo", no mínimo 24 vezes aparecem essas estátuas em templos. Diz-se que este grande personagem de múltiplas responsabilidades pronunciava palavras benéficas ao rei, que sabia ser silencioso quando era preciso e que guardava segredos de Estado. Ele realmente tinha seus privilégios com a rainha: 2 túmulos, um magnífico sarcófago em quartzito, numerosas estátuas. Dirigiu obras em Karnak, Luxor e Hermontis, mas sua maior glória é o templo de Deir el-Bahari. Desconhece as circunstância e a data de sua morte, sua múmia nunca foi encontrada.


Neferuré, filha única

"a perfeição da Luz divina" talvez sua mãe desejasse que ela acedesse à categoria de grande esposa real, que aprendesse o ofício de rei, graças ao ensino ministrado por Senenmut. Quando Hatchepsut tornou-se faraó, transferiu o cargo de esposa real à sua filha, que possuía igualmente os títulos de "filha real" e de "regente do Sul e do Norte". Neferuré exerceu funções religiosas. Depois do ano 16, deixa de haver sinais de Neferuré, que leva a crer que morreu jovem.






Fonte: 'As Egípcias' de Christian Jacq

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Egito

Duas grandes forças: o rio Nilo e o deserto do Saara, configuraram uma das civilizações mais duradoras do mundo. Todos os anos o rio inundava suas margens e depositava uma camada de terra fértil em sua planície aluvial. Os egípcios chamavam a região de Kemet, "terra negra". Esse ciclo fazia prosperar as plantações, abarrotava os celeiros reais e sustentava uma teocracia – encabeçada por um rei de ascendência divina, ou faraó – cujos conceitos básicos se mantiveram inalterados por mais de 3 mil anos. O deserto, por sua vez, atuava como barreira natural, protegendo o Egito das invasões de exércitos e idéias que alteraram  profundamente outras sociedades antigas. O clima seco preservou artefatos como o Grande Papiro Harris, revelando detalhes de uma cultura que ainda hoje suscita admiração.

Comentários