quarta-feira, 17 de junho de 2009

A rainha Khenet-Kaus

– um faraó esquecido?

O egiptólogo Selim Hassan, explorando uma parte do sítio de Gizé, a cerca de 400 m a sudeste da pirâmide de Quefrén, onde havia numerosas sepulturas decoradas, descobriu um extraordinário monumento: 
  • um imenso sarcófago cuja base tinha 40 m de comprimento,
  • retangular de teto abobadado
  • assentado sobre uma base quadrada
  • interior maciço, constituído em parte por rocha
Monumento comparável ao túmulo do rei Chepseskaf (cerca de 2504-2500 a.C), sucessor de Miquerinos e último rei da 4ª dinastia. 

No ângulo sudeste do túmulo-sarcófago de Gizé, nos alizares em granito de uma capela exterior e de uma "falsa porta" que estabelece a comunicação entre o visível e o invisível, aparece o nome e os títulos da proprietária:  Khenet-Kaus, "Aquela que preside aos seus poderes criadores", mãe do rei do Alto e do Baixo Egito, filha do deus, para o qual se realizam todas as boas coisas que ela formula

Filha certamente, de Miquerinos, o construtor da menor pirâmide das 3 de Gizé, foi criada e instruída na escola do palácio. Sua mãe seria a sublime Khamerer-Nebti, a esposa de Miquerinos. Chepseskat, o último rei da 4ª dinastia e Khenet-Kaus, considerada a "mãe" dos dois primeiros faraós da 5ª dinastia, mandaram construir o mesmo e excepcional tipo de túmulo. Abandonaram o símbolo da pirâmide que podia ser avistada de longe. Os primeiros monarcar da 5ª dinastia depois voltaram a edificar pirâmides na estação de Abusir, próximo a Saqqara.

Os "poderes criadores" sobre os quais essa mulher reinava eram talvez os seus sucessores, que ela havia preparado para reinarem, quer tenha sido ela mãe espiritual ou carnal, ou ambas. Infelizmente é impossível saber mais, mas Khenet-Kaus foi uma grande dama do Antigo Egito, uma figura marcante.

Fonte: 'As Egípcias' de Christian Jacq

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Egito

Duas grandes forças: o rio Nilo e o deserto do Saara, configuraram uma das civilizações mais duradoras do mundo. Todos os anos o rio inundava suas margens e depositava uma camada de terra fértil em sua planície aluvial. Os egípcios chamavam a região de Kemet, "terra negra". Esse ciclo fazia prosperar as plantações, abarrotava os celeiros reais e sustentava uma teocracia – encabeçada por um rei de ascendência divina, ou faraó – cujos conceitos básicos se mantiveram inalterados por mais de 3 mil anos. O deserto, por sua vez, atuava como barreira natural, protegendo o Egito das invasões de exércitos e idéias que alteraram  profundamente outras sociedades antigas. O clima seco preservou artefatos como o Grande Papiro Harris, revelando detalhes de uma cultura que ainda hoje suscita admiração.

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