Uraeus é o termo comum aplicado ao Ārār, adorno em forma de serpente ostentado em coroas dos deuses e faraós do antigo Egito, ergue-se também sobre os monumentos que deveriam ser protegidos. A cobra, pronta para o ataque, com o pescoço dilatado, foi dada aos homens pelo deus-Sol.
Uma lenda conta que o deus criador, na origem do mundo, foi privado de seu olho. Rá envia então seus mensageiros divinos Shu e Tefnut à sua procura. Tão longa foi a sua ausência que Rá substitui o infiel. "O Olho" enfim de volta, derrete-se em lágrimas ao ver que seu lugar fora ocupado. Os homens assim nasceram de suas lágrimas. E para apaziguar "O Olho", Rá o transforma em «serpente-uraeus» e o coloca na fronte como símbolo de seu poder para combater os rebeldes, e como símbolo da invencibilidade de seu poder, já que os egípcios encaravam a cobra como um símbolo de soberania, também pode ser vista, algumas vezes, sobre a cabeça da deusa Ísis.
A serpente-uraeus se identifica com a deusa Wadjit, divindade tutelar do Baixo Egito também conhecida como:
1. Wadjyt
2. Wadjet
3. Uadjet
4. Uajit
5. Uajyt
2. Wadjet
3. Uadjet
4. Uajit
5. Uajyt
6. Uazet
7. Uatchet
8. Uto
9. Buto
10. Edjo
7. Uatchet
8. Uto
9. Buto
10. Edjo
Representada como:
- uma naja usando a coroa vermelha do Baixo Egito, a forma mais comum;
- uma mulher usando a coroa vermelha;
- uma mulher com cabeça de naja;
- como uma naja alada;
- uma mulher com cabeça de leoa, raramente;
- uma leoa, o que era usual para as divindades associadas ao olho de Rá
Quando representada sob a forma de leoa, usava o disco solar e o uraeus sobre a cabeça. Seu principal centro de culto era a cidade de Buto, no delta, de onde era originária.
Uraeus significa aquela que se ergue, seu nome significa "Aquela que é Verde" ou "Aquela do Papiro". Na proteção ao rei ela se erguia em sua fronte pronta a injetar veneno em seus inimigos e formava par com a deusa abutre Nekhbet, divindade do Alto Egito. Wadjit era inicialmente uma deusa local em Buto (Per-Wadjit — a cidade de Wadjit), mas seu culto cresceu a ponto dela se transformar na divindade tutelar de todo o Baixo Egito e de receber os títulos de "O Olho de Rá" . Por sua associação com o deus-Sol era considerada uma divindade do calor e do fogo, o que aumentava seu papel como deusa protetora, já que podia usar não apenas veneno, mas também labaredas contra os inimigos do rei.
– A terrível Naja também tinha facetas mais brandas:
- tida como protetora das crianças
- da hora do parto
- uma estreita ligação sua com a natureza
Nos 'Textos das Pirâmides' afirma-se que a planta do papiro emerge dela e que ela está ligada às forças do crescimento vegetal. Também se acreditava que ela pessoalmente havia criado os pântanos de papiro. Wadjit surge em algumas passagens lendárias:
– Quando, Ísis estava procurando as partes do corpo de Osíris, escondeu seu filho Hórus nos pântanos do delta sob os cuidados da deusa, que inclusive, ajudou a alimentá-lo.
– Quando Hórus usa o disco solar alado para procurar e derrotar os aliados de Seth, a deusa o acompanha. Essa é uma das origens da ligação da deusa com o faraó, já que os egípcios acreditavam que o faraó era o Hórus vivo.
Ela não apenas protegeu Hórus em sua luta, mas também protegia o faraó desde a infância até a morte. Representava a mãe mítica do rei e, em algumas figurações, podia aparecer amamentando-o.
Wadjit era tida como esposa de Hapi, o deus do Nilo. Entretanto, em Buto era considerada esposa de Ptah e mãe de Nefertem (em lugar de Sekhmet ou Bastet), provavelmente por causa do aspecto de leoa que podia assumir.
Wadjit era tida como esposa de Hapi, o deus do Nilo. Entretanto, em Buto era considerada esposa de Ptah e mãe de Nefertem (em lugar de Sekhmet ou Bastet), provavelmente por causa do aspecto de leoa que podia assumir.
A quinta hora do quinto dia de cada mês era consagrada a ela e havia várias festas em sua honra. Em ordem cronológica:
- a primeira ocorria no 10.º dia do 6.º mês do ano egípcio, denominado mechir, correspondente ao nosso 25 de dezembro;
- outra acontecia no 7.º dia do 10.º mês do ano egípcio, denominado payni, correspondente ao nosso 21 de abril;
- as festividades maiores, entretanto, ocorriam no 11.º mês do calendário egípcio, denominado epiphi, mês de colheita, correspondendo ao período entre meados de maio e meados de junho do nosso calendário;
- finalmente, havia outra cerimônia no solstício de verão, no 8.º dia do 12.º e último mês do ano egípcio, denominado mesore, correspondendo ao nosso 21 de junho.
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