segunda-feira, 1 de junho de 2009

Djoser, o Magnífico

Quando o faraó Djoser sobe ao trono, tem início o Antigo Império egípcio, século XXVII, 3ª dinastia. Reina de 2640 a 2575 a.C (ou 2625-2605 a.C). O Egito Antigo conhece um dos mais brilhantes períodos da sua história e há motivos para se falar de um "século de Djoser". Pode ser considerado o verdadeiro fundador da 3ª dinastia, que marca uma virada decisiva na evolução religiosa, artística e provavelmente social do Egito Antigo.

Djoser reina sobre um Egito unido. O Alto e o Baixo Egito conservam a sua originalidade e as suas instituições particulares. As lutas tribais e partidárias terminaram. Todo Egito se reconhece na pessoa de seu chefe, e a paz interior tornou-se uma realidade profundamente enraizada.


Numa estátua em Saqqara vemos o rosto de Djoser e nela compreendemos: 
  • uma força de caráter,  
  • vontade feroz e 
  • autoridade natural 
Este rei autoritário, foi também justo e sua memória honrada ao longo de toda a história do Egito. Teria escrito livros de ensinamentos, para uso dos futuros faraós, a fim de ensinar as regras de rei e ensiná-los a adotarem uma atitude certa perante os deuses e os homens. Djoser simboliza o equilíbrio sereno de uma civilização em plena posse dos seus meios de criação, inteiramente preocupada com concretização artística do seu ideal. O século de Djoser é o de uma autêntica sabedoria. O seu próprio nome é significativo: 
– a palavra djoser significa em egípcio "prestígio, admirável, sagrado"


Reinado
O reinado de Djoser será consagrado à edificação do seu gigantesco complexo funerário em Saqqara. O ponto chave do reino – construir uma morada eterna para abrigar um corpo divino.

Graças a uma inscrição encontrada em Uadi Hammamat, sabemos que o faraó enviou expedições ao Sinai, e mandava explorar lá, minas de cobre.

No sei reinado teria havido uma 'grande fome', aparece inscrito em uma estela da época ptolomaica gravada num rochedo descoberto ao sul da ilha de Sehel, na região de Elefantina, na extremidade meridional do Egito.


Sua obra
Djoser e Saqqara, o rei e sua obra. Onde foi enterrado, confunde-se a vida e a morte de maneira inextricável no "castelo encantado" de Saqqara. 

Pensou durante algum tempo que Djoser era originário do Médio Egito, por causa da descoberta, na região de Abidos, uma sepultura com o seu nome gravado, mas a carreira de Djoser está ligada ao desenvolvimento de Mênfis. 

Djoser mandou construir em Heliópolis, muito perto de Mênfis, um pequeno santuário de que restam poucos elementos, um deles porém preserva um título, onde Djoser é qualificado como: 
"Sol de ouro"

Outro dos fragmentos mostra: 
o rei sentado, envolto no grande manto ritual; a sua estátua é elevadíssima, comparada com a da sua esposa e das suas filhas


A 3ª dinastia nos faz conhecer, além de Imhotep – o grande construtor; outros grandes personagens:
  1. Hesyrê – cujo túmulo abriga admiráveis relevos
  2. Bedjmes – o construtor de barcos, cuja estátua conservada no Museu Britânico, nos revela um homem severo e competente com uma enxó nas mãos
  3. Sepa e sua mulher Neset – formando um casal muito digno

Djoser constrói seu túmulo em Saqqara, mas também reproduz o seu palácio régio, o lugar da sua existência terrestre. Utiliza a pedra, material aparentemente opaco, mas o torna transparente para a circulação milagrosa da alma.

Djoser não partiu morto. Transmitiu a vida através da pedra. Por trás das fachadas do seu palácio do Além, cuidadosamente aparelhadas, não há entulho. Quando transpomos as muralhas, passamos para o outro lado do espelho, entramos na paisagem da alma, na realidade de uma festa eterna.

Origem: 'O Egito dos Grandes Faraós' de Christian Jacq   e   fotos de  touregypt.net

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Egito

Duas grandes forças: o rio Nilo e o deserto do Saara, configuraram uma das civilizações mais duradoras do mundo. Todos os anos o rio inundava suas margens e depositava uma camada de terra fértil em sua planície aluvial. Os egípcios chamavam a região de Kemet, "terra negra". Esse ciclo fazia prosperar as plantações, abarrotava os celeiros reais e sustentava uma teocracia – encabeçada por um rei de ascendência divina, ou faraó – cujos conceitos básicos se mantiveram inalterados por mais de 3 mil anos. O deserto, por sua vez, atuava como barreira natural, protegendo o Egito das invasões de exércitos e idéias que alteraram  profundamente outras sociedades antigas. O clima seco preservou artefatos como o Grande Papiro Harris, revelando detalhes de uma cultura que ainda hoje suscita admiração.

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