- os Montuhotep
- os Amenemhat
- os Sesóstris,
Nos últimos anos tem se tentado demonstrar que o estatuto social e legal da mulher egípcia se havia degradado um pouco durante o Médio Império, mas o estudo da documentação prova que continuava a ser livre e autônoma, em conformidade com os princípios civilizadores enunciados na primeira dinastia. O Médio Império conheceu três séculos e meio de paz, que terminaram no reinado de uma mulher faraó – Sobek-Neferu.
A Faraó
De 1790 a 1785 a.C , uma mulher reina como faraó. Sua presença histórica é confirmada pelos seus nomes régios e por vários monumentos. Supunha-se ser filha de Amenemhat III e irmã ou esposa de Amenemhat IV. Não sabemos a duração exata do seu reinado: 5 anos, 3 anos ou 10 meses e 24 dias.
Nenhum estado de crise precede a subida ao poder de Sobek-Neferu, faraó legítima e reconhecida. Em um documento excepcional, mas mutilado – a estátua do Louvre – constituía numa representação de Sobek-Neferu, simultaneamente mulher e rei. Dessa obra em arenito vermelho, só o torso subsiste, os seios de uma mulher parcialmente cobertos pelo comprido vestido tradicional sobre o qual se vê uma sobreveste de faraó. Esse tipo de veste é único na estatuária faraônica preservada. A cabeça, os braços e as pernas desapareceram. Seu nome está escrito em hieróglifos na cintura. Sobre o vestido feminino, tinha envergado a veste masculina do rei, aliando assim as duas naturezas e tornando-se um Hórus feminino.
Seu nome aparece também gravado, numa arquitrave de um templo da cidade de Heracleópolis, nas pedras do templo funerário de Amenemhat III e em outras estátuas que a representavam, provenientes do Delta.
De acordo com as regras relativas aos títulos usados a partir da 5ª dinastia, o faraó Sobek-Neferu tem cinco nomes:
- nome de Hórus – A amada da Luz divina (Ra)
- nome das duas Soberanas – A filha do cetro do Poder (ou da Poderosa), a Senhora das Duas Terras
- nome de Hórus de ouro – Estável nas aparições em realeza (ou aquela cujas coroas são estáveis)
- nome do rei do Alto e do Baixo Egito – Sobek é o poder (ka) da luz divina (Ra)
- nome da filha da luz divina (Ra) – Beleza perfeita (neferu) de Sobek
Em 1785 a.C , houve uma vaga invasão de nômades, os hicsos que formavam clãs de pastores amantes da pilhagem. O dispositivo de segurança dos faraós revelou-se muito fraco, e o ataque dos hicsos foi um sucesso. O exército de Sobek-Neferu não conseguiu repelir os invasores, que se instalaram no norte do país e controlaram Mênfis.
Hórus fêmea, Sobek-Neferu foi um autêntico faraó e considerada como tal pelas antigas listas régias. Afirmou o vínculo das mulheres com o poder por via do deus-crocodilo Sobek, cuja primeira sacerdotisa havia sido Khenemet-Nefer-Hedjet, a esposa de Sesóstris II. Três outras damas sublinharão essa relação simbólica:
- Ahmés-Nefertari,
- Hatshepsut e
- Tiyi
Como se desenrolaram os últimos dias do reinado de Sobek-Neferu quando o país se dividia em zona livre e zona ocupada, não sabemos. Uma vez que a data precisa da invasão dos hicsos permanece desconhecida, nem sequer é certo que ela tivesse de enfrentá-los diretamente.
– Faraós da 12ª dinastia ( 1991-1785 a.C )
- Amenemhat I (1191-1962)
- Sesóstris I (1962-1928)
- Amenemhat II (1928-1895)
- Sesóstris II (1895-1878)
- Sesóstris III (1878-1842)
- Amenemhat III (1842-1797)
- Amenemhat IV (1797-1790)
- Sobek-Neferu (1790-1785)
Origem: 'As Egípcias retratos de mulheres do Egito faraônico' de Christian Jacq
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