domingo, 14 de junho de 2009

A rainha Touya

esposa de Sethi I e mãe de Ramsés II

Quando Horemheb morre, é um velho vizir, que um conselho de sábios escolhe para governar o Egito: Ramsés, o primeiro monarca de uma longa linhagem que compreenderá 11 Ramsés (que reinou dois anos de 1293-1291 a.C). Seu filho o sucedeu Sethi I – faraó de extraordinária envergadura, 13 anos de reinado de uma verdadeira idade áurea:
  • conteve a ameaça hitita
  • impôs a calma no turbulento protetorado da Síria-Palestina
  • construiu o grande templo de Osíris em Abidos

Para viver ao lado de tal faraó, era necessário uma grande esposa real dotada de uma forte personalidade, foi o caso de Touya, também chamada Mut-Touya, para sublinhar o seu papel de "grande mãe". Gerou o "filho da luz", Ramsés II, que reinou 67 anos.


Guardiã do espírito da monarquia faraônica, viveu o derradeiro apogeu do poder egípcio. Touya sobreviveu pelo menos 22 anos ao seu marido, e durante os primeiros 20 anos do reinado de seu filho, exerceu uma influência considerável na corte.


Uma estátua de  3 m de altura, conservada no Museu do Vaticano, mostra Touya sob um aspecto de mulher colossal e altiva. Ramsés II tinha veneração pela mãe, como mostram estátuas e baixos relevos consagrados a sua memória. Em Tebas, do lado norte do seu "templo de milhões de anos", Ramsés II mandou construir para Touya um pequeno santuário em arenito, com pilares coroados por capitéis representando o rosto da deusa Hathor, a construção exala a rainha-mãe e a sua função teológica. 

É provável que Touya tenha morrido depois da paz do Egito com os Hititas. Com mais de 60 anos, foi enterrada num túmulo do Vale das Rainhas, por certo profusamente decorado e contendo um abundante e luxuoso mobiliário fúnebre. Essa morada eterna foi saqueada e devastada. Uma das tampas dos vasos que continham as vísceras da rainha foi preservada e representa o rosto de Touya com uma pesada peruca, com um fino sorriso, extraordinária juventude, emana dessa modesta escultura que rasgando as sombras da morte, preserva a memória de uma rainha do Novo Império.


Venerada em todo país, Touya foi o perfeito símbolo da rainha mãe, discreta e ativa, mantendo a tradição das mulheres de Estado ligadas à grandeza do Império.


Origem: 'As Egípcias' de Christian Jacq

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Egito

Duas grandes forças: o rio Nilo e o deserto do Saara, configuraram uma das civilizações mais duradoras do mundo. Todos os anos o rio inundava suas margens e depositava uma camada de terra fértil em sua planície aluvial. Os egípcios chamavam a região de Kemet, "terra negra". Esse ciclo fazia prosperar as plantações, abarrotava os celeiros reais e sustentava uma teocracia – encabeçada por um rei de ascendência divina, ou faraó – cujos conceitos básicos se mantiveram inalterados por mais de 3 mil anos. O deserto, por sua vez, atuava como barreira natural, protegendo o Egito das invasões de exércitos e idéias que alteraram  profundamente outras sociedades antigas. O clima seco preservou artefatos como o Grande Papiro Harris, revelando detalhes de uma cultura que ainda hoje suscita admiração.

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