"Graças à sua ciência médica, ele é comparado pelos egípcios a Esculápio, foi ele quem descobriu a maneira de talhar a pedra para a construção dos monumentos e também se consagrou às Letras" – escreve o sacerdote Mâneton acerca de Imhotep.
Imhotep 'primeiro ministro', e amigo pessoal de Djoser, o Magnífico, é um dos maiores gênios da História. É autor de uma revolução artística de grande alcance, à medida que foi o primeiro arquiteto a construir em pedra um conjunto monumental tão importante como o de Saqqara.
De acordo com uma estela encontrada no Uadi Hammamat, Imhotep era filho de Kanefer "chefe das obras dos países do Sul e do Norte" – mestre de obras do reino diretamente nomeado pelo faraó. Imhotep aprendeu com o pai sua arte nas oficinas de Mênfis, capital do Egito na época.
Antes de Imhotep, a pedra já havia sido utilizada nas sepulturas reais, mas de modo parcial. As mastabas em tijolo tinham partes de granito ou calcário. Imhotep inventa a pedra talhada e estabelece métodos de transporte e de assentamento em larga escala.
Mas ele não só era arquiteto, era também:
- médico
- mago
- astrólogo
- escritor
- filósofo
Imhotep "o chanceler do rei do Alto e do Baixo Egito, o primeiro depois do rei, o administrador do grande palácio, o nobre hereditário, o sumo sacerdote de Heliópolis, o carpinteiro, o escultor, o fabricante de recipientes em pedra"
Carreira – começou por 1. talhar recipientes de pedra dura; 2. escultor e arquiteto; 3. exerceu as mais altas funções administrativas: porta selos do rei (capaz de tomar decisões relativas ao destino do Estado egípcio) e religiosas: sumo sacerdote de Heliópolis, a cidade santa por excelência, a cidade do deus Sol. Dispunha de quase todos os poderes civis e religiosos, e trabalhava sob a responsabilidade direta do faraó. Era ao mesmo tempo:
- chefe da justiça
- superintendente dos arquivos reais
- "vigilante" de todo o país
- chefe dos magos
- portador do rolo das fórmulas que tornam os ritos eficazes
- "vizir"
Mais tarde na história do Egito o vizir será o segundo personagem do Estado, o confidente do faraó, o executivo. Sem usar o título, Imhotep criou a função e definiu o seu grande campo de responsabilidades.
Como sumo sacerdote de Heliópolis – tinha a possibilidade de discernir a obra divina na Natureza, de perceber a intensidade do deus da Luz e de fazê-la resplandecer nas suas próprias obras. Sumo sacerdote do Sol e da Luz, é um homem perfeitamente religioso. Sua obra arquitetônica não terá finalidades estéticas e sim a sensação de que está construindo muito mais do que um túmulo destinado a um indivíduo, a aventura de Saqqara é a salvaguarda de todo o Egito no Além, uma necessidade que o país continue a ser protegido pelos deuses.
Sua glória – não se limitou ao reinado de Djoser, seu prestígio foi ainda maior do que do faraó. A partir da 26ª dinastia, que tanto admirou o Antigo Império, criaram-se estatuetas de bronze representando Imhotep: sentado numa postura severa, com um rolo de papiro desenrolado sobre os joelhos; tem a cabeça raspada e usa uma veste comprida. Tudo nele respira calma e serenidade.
Se torna um deus – fazendo parte de uma "tríade" a surpreendente concepção egípcia da família divina. Imhotep é filho do deus Ptah: padroeiro dos artífices e da deusa Kekhmet. É pois um "deus-filho" venerado até a época dos Ptolomeus. Construíram templos e santuários em honra de Imhotep divinizado em:
- Karnak
- Deir el Bahari
- Deir el Medina
- na ilha de Filaes
A glória de Imhotep foi tão grande que o seu nome se encontra nos escritos herméticos e nos tratados de ciências ditas "ocultas". Ele o grande mago, foi um modelo dos alquimistas. Zózimo de Panópolis – alquimista grego cuja obra teve uma certa influência no Ocidente, redigiu um livro dedicado a Imhotep.
Esculápio
(em latim: Aesculapius) era o deus romano da medicina e da cura. Foi herdado diretamente da mitologia grega, na qual tinha as mesmas propriedades mas um nome sutilmente diferente: Asclépio (em grego: Ἀσκληπιός, transl. Asklēpiós).Segundo reza o mito, Esculápio nasceu como mortal, mas depois da sua morte foi-lhe concedida a imortalidade, transformando-se na constelação Ofiúco. (Wikipédia)
Origem: ''O Egito dos Grandes Faraós' de Christian Jacq
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