sábado, 4 de julho de 2009

Amenemhat III

Amenemhat III foi o sexto rei da 12ª dinastia do Antigo Egito. Governou entre 1860 e 1814 a.C, sendo considerado um dos soberanos mais importantes do Império Médio. Filho mais velho do rei Senuseret III (Sesóstris III), tendo o seu pai feito dele co-regente quando ainda era vivo, o mesmo ele fazendo com seu filho Amenemhat IV, seu sucessor. Sua esposa principal foi a rainha Sobekneferu, que viria a reinar depois da morte prematura do filho de ambos, Amenemhat IV.

Segundo Maneton teria governado apenas oito anos, mas os vários monumentos que mandou construir contradizem a idéia de um curto reinado. Parece mais provável que tenha governado durante quarenta e cinco anos, de acordo com o estabelecido no "Cânone de Turim".

Reinado
Foi pacífico e dedicado ao desenvolvimento econômico do Egito. Foram explorados os recursos minerais do Sinai, fato comprovado pela existência naquela região de 60 inscrições relativas ao seu reinado. As pedreiras da região do Uadi Hammamat, a este do vale do Nilo, foram também intensamente exploradas. Durante seu reinado concluíram os trabalhos de construção de barragens e canais que valorizam o óasis do Faium como região agrícola. Foi faraó durante quase meio século, de uma forma absoluta. Pôs fim à hereditariedade aos últimos nomarcas do Alto Egito.

No governo de Amenemhat III, o Império Médio atingiu o seu auge. Durante este período o Egito beneficiou de uma paz efetiva e caracterizou-se por um período de intensa criatividade artística, de que temos relatos de inúmeras inscrições de fora do Egito, sobretudo do Sinai. Regressou-se à intensa exploração mineira em Tura. No Sinai explorou-se as minas de turquesa em Serabit el-Khadim. Alargou o território até à terceira catarata, para melhor explorar os recursos minerais da Núbia.

Construões
Ordenou a construção de um pirâmide em Dahchur, a chamada Pirâmide Negra, mas esta teve alguns problema durante a sua construção e o projeto não foi usado pelo rei. Este complexo funerário acabará por ser usado por duas das suas rainhas. O rei foi sepultado em Hauara:
  • onde se julga ter existido não só o complexo funerário, mas também um palácio real de grandes dimensões (teria mais de três mil quartos), que os autores gregos denominaram de Labirinto, que não chegou aos nossos dias por ter sido destruído.

A sua maior empreitada foi sem dúvida a irrigação na zona do lago Birket Karun, para melhor explorar os recursos agrícolas de El-Faium, para comemorar este feito Amenemhat III mandou construir duas estátua colossais de si próprio na zona.

Túmulo
Foi sepultado na sua pirâmide em Hauara. A sua câmara funerária, construída em primeiro lugar num só bloco de granito pesando cerca de 110 toneladas, para aí ser colocado o seu sarcófago no final da construção. Para evitar que a pirâmide fosse saqueada construiu vários corredores sem saída, várias armadilhas e painéis de correr. Apesar de todo este cuidado o túmulo de Amenemhat III foi saqueado na antiguidade. Só restaram dois sarcófagos; o do próprio faraó e um de uma sua filha.

– Sobre o Labirinto, diz Heródoto:
" Compreende doze pátios cobertos, cujas portas se encontram frente a frente, seis viradas para o lado norte, seis para o sul, contíguas e rodeadas pela mesma muralha exterior. Existem ali duas séries de salas, algumas subterrâneas, outras acima do nível do solo, sobre as primeiras, num total de três mil, sendo de quinhentos cômodos. Nós mesmos vimos e percorremos as salas que ficam acima do nível do solo e falamos de acordo com que os nossos olhos constataram. Informamo-nos verbalmente acerca das salas subterrâneas, pois os egípcios que as guardam não as quiseram mostrar de modo algum, alegando que há nelas as sepulturas dos reis que construíram este labirinto e as dos crocodilos sagrados. Falamos, então, das salas inferiores por ouvir dizer, mas vimos com os nossos próprios olhos as salas superiores, maiores do que as obras humanas. Os caminhos que seguíamos para sairmos das salas que atravessávamos, os desvios que fazíamos ao atravessar os pátios, maravilhavam-nos pela sua extrema complicação enquanto passávamos de um dos pátios às salas, das salas aos pórticos e, depois, destes pórticos a outras salas e destas a outros pátios... " (Histórias, II, 148)

Origem: Wikipédia – www.pegue.com – 'O Egito dos Grandes Faraós' de Christian Jacq

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Egito

Duas grandes forças: o rio Nilo e o deserto do Saara, configuraram uma das civilizações mais duradoras do mundo. Todos os anos o rio inundava suas margens e depositava uma camada de terra fértil em sua planície aluvial. Os egípcios chamavam a região de Kemet, "terra negra". Esse ciclo fazia prosperar as plantações, abarrotava os celeiros reais e sustentava uma teocracia – encabeçada por um rei de ascendência divina, ou faraó – cujos conceitos básicos se mantiveram inalterados por mais de 3 mil anos. O deserto, por sua vez, atuava como barreira natural, protegendo o Egito das invasões de exércitos e idéias que alteraram  profundamente outras sociedades antigas. O clima seco preservou artefatos como o Grande Papiro Harris, revelando detalhes de uma cultura que ainda hoje suscita admiração.

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