quinta-feira, 9 de julho de 2009

Conto do Náufrago



O Conto do Náufrago ou A Ilha da Serpente é um conto literário do Antigo Egito da época do Império Médio, século XX a.C.



Conhecido graças a um único manuscrito, o Papiro São Petersburgo 1115 – 12ª dinastia. Este papiro também é conhecido como o Papiro Golenischeff, em honra ao egiptólogo russo Vladimir Semenovitch Golenischeff que o encontrou no Museu Imperial de São Petersburgo em 1881, publicando só em 1913, desconhecendo-se como foi ali parar. Atualmente o papiro encontra-se no Museu Pushkin em Moscou. Trata-se de um papiro de 3,8 m de comprimento, em excelente estado de conservação, contendo 189 linhas (136 verticais e 53 horizontais).

História – Relata as aventuras de um marinheiro egípcio que partiu num barco para uma expedição num país onde se achavam as minas de cobre do faraó. Durante a viagem ocorre um naufrágio, no qual morrem todos os 120 integrantes da tripulação, descritos como os melhores marinheiros egípcios, com exceção do protagonista. Agarrado a uma prancha permanece 3 dias em alto mar, até alcançar uma ilha.

Nesta ilha habitava uma grande serpente de cores dourada e lápis-lazúli, que o recebeu e levou para uma caverna, sem atacá-lo. Esta serpente era a soberana da ilha, que se caracterizava por possuir grandes riquezas. A serpente comunica ao náufrago que dentro de quatro meses passará pela ilha um barco que o levará de volta a casa.

Quatro meses mais tarde, as palavras da serpente cumpriram-se. A serpente carrega o navio com as riquezas da sua ilha, como a canela, o marfim, as peles, óleos perfumados e macacos. A história termina com o regresso do herói ao Egito dois meses depois de ter partido da ilha.
___FIM___


Embora trate de uma obra de ficção, os investigadores encontram no texto elementos da história e cultura egípcia, como a exploração mineira no Sinai (que foi intensamente desenvolvida pelo rei Amenemhat III da 12ª dinastia) e as viagens comerciais ao país de Punt, um local ainda não totalmente identificado (seria talvez na região do Corno de África), mas que se caracterizava pela sua riqueza. Atualmente os textos, do Conto do Náufrago e o Romance de Sinué, são usados em aulas de aprendizagem da língua egípcia. (Wikipédia)

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Egito

Duas grandes forças: o rio Nilo e o deserto do Saara, configuraram uma das civilizações mais duradoras do mundo. Todos os anos o rio inundava suas margens e depositava uma camada de terra fértil em sua planície aluvial. Os egípcios chamavam a região de Kemet, "terra negra". Esse ciclo fazia prosperar as plantações, abarrotava os celeiros reais e sustentava uma teocracia – encabeçada por um rei de ascendência divina, ou faraó – cujos conceitos básicos se mantiveram inalterados por mais de 3 mil anos. O deserto, por sua vez, atuava como barreira natural, protegendo o Egito das invasões de exércitos e idéias que alteraram  profundamente outras sociedades antigas. O clima seco preservou artefatos como o Grande Papiro Harris, revelando detalhes de uma cultura que ainda hoje suscita admiração.

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