domingo, 29 de março de 2009

Museus

O Egito não está só no Egito. Existe um país extramuros, disperso pelos quatro cantos do mundo: centenas de milhares de objetos e estátuas, às vezes monumentos inteiros, atravessaram os mares. Alguns pertecem a coleções particulares; a maioria, porém, encontra-se nos museus. (foto ao lado do British Museum em Londres)


  • o Louvre possui 55 mil peças egípcias
  • os museus de Londres, Turim e Berlim, não foram menos aquinhoados
  • muitas cidades européias e americanas exibem coleções mais modestas
  • sem falar em países como Austrália e Japão

Não faltam motivos de indignação. Basta lembrar epsódios como o ocorrido em 1843: temendo que os alemães tomassem a iniciativa, o francês Émile Prisse d'Avennes mandou serrar os relevos da Sala dos Ancestrais do templo de Karnak, a fim de despachá-los discretamente para o Louvre em 27 caixas com a identificação "objetos de história natural". Mas também se pode riscar o passado e ver as coisas de maneira mais positiva. Afinal, todos esses saques permitiram salvar inúmeros tesouros ameaçados. Ainda hoje, conservados em vitrines a uma temperatura adequada, escapam à degradação, embora retirados de seu contexto original.

A dispersão dos vestígios faraônicos pelo mundo seria inaceitável se faltassem peças ao Egito; mas, ao contrário, parecem sobrar. Verdadeira miscelânea onde estão expostas 140 mil peças numa centena de salas, o Museu do Cairo não sabe mais onde guardar a parte do acervo que não está em exposição. Um pouco atordoado, o visitante não pára de descobrir tesouros escondidos na penumbra.

Há muito tempo o tráfico de antiguidades é proibido e combatido. A lei determina que uma missão arqueológica estrangeira pode levar um décimo dos objetos descobertos, desde que o Egito tenha peças equivalentes. Os grandes museus estrangeiros tem de se contentar em adquirir coleções particulares.

Cada museu tem seu charme e suas vantagens:
  • as portas abertas do British Museum, onde se entra gratuitamente, as salas egípcias próximas à entrada
  • o novo Louvre cor de areia, cujo percurso temático ilustra de forma luminosa a vida cotidiana no tempo dos faraós
  • a cor cinza do Museu de Turim, onde as coleções são classificadas por tipos de objetos como se fazia no século XIX

Museu do Louvre em Paris

(texto do livro 'Egito um olhar amoroso' e fotos Wikipédia)

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Egito

Duas grandes forças: o rio Nilo e o deserto do Saara, configuraram uma das civilizações mais duradoras do mundo. Todos os anos o rio inundava suas margens e depositava uma camada de terra fértil em sua planície aluvial. Os egípcios chamavam a região de Kemet, "terra negra". Esse ciclo fazia prosperar as plantações, abarrotava os celeiros reais e sustentava uma teocracia – encabeçada por um rei de ascendência divina, ou faraó – cujos conceitos básicos se mantiveram inalterados por mais de 3 mil anos. O deserto, por sua vez, atuava como barreira natural, protegendo o Egito das invasões de exércitos e idéias que alteraram  profundamente outras sociedades antigas. O clima seco preservou artefatos como o Grande Papiro Harris, revelando detalhes de uma cultura que ainda hoje suscita admiração.

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