sábado, 28 de março de 2009

Quéops

Quéops construiu a primeira, maior e mais perfeita das pirâmides de Gizé. Ainda não se conhecia o ferro e a roda, nem havia escravos. Contudo, esse faraó soube organizar o Estado e impulsionar a economia para realizar uma grande obra. Com ele, os faraós do Antigo Império alcançaram o auge do poder.

Quéops (2589-2566 a.C.) era filho de Sneferu e de Heteferes, filha do último faraó da III dinastia. Para o Egito, o aparecimento da IV dinastia representou o amadurecimento de sua estrutura territorial e uma grande prosperidade econômica. E é nesse contexto que se situa o mandato de Quéops, segundo faraó da IV dinastia. As informações que existem sobre a sua vida e o seu reinado são contraditórias, o que dificulta os estudos sobre ele. De acordo com a tradição proveniente da historiografia grega antiga, foi um faraó cruel e explorador. Em contrapartida, os textos contemporâneos consideram Quéops um reformador que conseguiu ampliar o poder real.

Durante o seu reinado, empreendeu várias reformas no país, destinadas a favorecer a eficácia do seu governo. Enfrentou a reestruturação da administração:

  • concedeu um papel mais importante ao cargo de vizir, o qual situou no topo da administração do Estado e separou dos restantes funcionários para ligá-lo à família real.
  • no âmbito religioso, definiu os privilégios dos sacerdotes e templos, escolhendo entre os membros da sua família os sumo-sacerdotes dos principais deuses.

Quéops casou três vezes e nasceram três filhas e seis filhos, quatro dos quais lhe sucederam no trono. Em termos de política externa, seu reinado caracterizou-se pela convivência pacífica com os povos vizinhos. As campanhas fora das fronteiras do Império, ao Sinai e à Núbia, só tiveram por objetivo a obtenção de minérios. Preocupado com sua viagem para o Além, ordenou a construção de uma grande obra que suplantou todas as outras. Mandou erigir a Grande Pirâmide e o complexo funerário que a envolve, destinado a acolher familiares e funcionários.

Milhões de blocos – calcula-se que a Grande Pirâmide é formada por mais de dois milhões de blocos de pedra com duas toneladas e meia cada um. Em média, esculpiu-se, removeu-se e colocou-se um bloco desses de 4 em 4 minutos, dia e noite, durante 23 anos. Mesmo hoje, isso nos parece impossível.

O selo do faraó – a tradição grega, de acordo com Heródoto, identificou o segundo rei da IV dinastia como Quéops, conhecido pelos antigos egípcios como Khufu, como se pode ler no rolo que ainda se conserva. Khufu é a abreviatura de Cnum Khufui, "Cnum protege-me".

O repouso particular do faraó – a habitação que seria o último repouso do rei foi construída de granito vermelho. Junto à parede oeste, colocou-se o sarcófago de granito, introduzido durante a construção, antes da colocação do teto da câmara. Para facilitar a ascensão de Quéops ao céu, abriram-se dois condutos de ventilação, cada um orientado para um determinado grupo de estrelas.

O retrato de Quéops – a única imagem que se conserva do construtor da maior pirâmide do Egito, encontrada em Abido, está atualmente em uma das salas do Museu do Cairo. Trata-se de uma pequena escultura de marfim com 7,5 cm de altura, que representa o rei com a coroa do Baixo Egito, sentado no trono, segurando um chicote(símbolo do poder) na mão direita. A mão esquerda está apoiada no joelho, posição característica das figuras reais. Dos rolos com os títulos reais que possivelmente o acompanhavam, só se conserva um.
(Fonte: Egitomania, o fascinante mundo do antigo Egito – fascículo 3)

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Egito

Duas grandes forças: o rio Nilo e o deserto do Saara, configuraram uma das civilizações mais duradoras do mundo. Todos os anos o rio inundava suas margens e depositava uma camada de terra fértil em sua planície aluvial. Os egípcios chamavam a região de Kemet, "terra negra". Esse ciclo fazia prosperar as plantações, abarrotava os celeiros reais e sustentava uma teocracia – encabeçada por um rei de ascendência divina, ou faraó – cujos conceitos básicos se mantiveram inalterados por mais de 3 mil anos. O deserto, por sua vez, atuava como barreira natural, protegendo o Egito das invasões de exércitos e idéias que alteraram  profundamente outras sociedades antigas. O clima seco preservou artefatos como o Grande Papiro Harris, revelando detalhes de uma cultura que ainda hoje suscita admiração.

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