sexta-feira, 27 de março de 2009

Napoleão no Egito

Quando Napoleão quis motivar os seus soldados para a chamada "Batalha das Pirâmides", não elogiou o valor que possuíam, não falou do ódio pelo inimigo, nem da importância daquela batalha. Tinha diante de si um argumento muito mais poderoso. "Soldados", disse-lhes, "do alto destas pirámides quarenta séculos vos contemplam".

Sabemos hoje que os cálculos de Napoleão falharam por pouco: as Pirâmides de Gizé têm mais de 4.500 anos. Contudo o fascínio que o antigo Egito exerce sobre nós continua irresistível, a ponto de o país atrair nosso interesse até os dias atuais. Basta dizer que o Museu do Louvre de Paris organizou, há poucos anos, uma grande exposição sobre esse tema, que obteve enorme sucesso junto ao público.

O Antigo Egito sempre exerceu uma atração irresistível: de Heródoto a Napoleão, de Champllion (o decifrador da escrita hieroglífica) a Howard Carter (o descobridor do túmulo de Tutancâmon), do arqueólogo mais rigoroso ao simples turista, todos sentimos um imenso desejo de visitar seus templos e pirâmides, túmulos e obeliscos, museus e exposições.
Os romances com temas egípcios tornaram-se grandes best-sellers. As jóias egípcias são copiadas pelos desenhistas de jóias da atualidade. A forma piramidal inspira obras arquitetônicas mais modernas. As notícias de achados arqueológicos egípcios ocupam as primeiras páginas de jornais. O cinema resgata temas e personagens do Antigo Egito. Os museus egípcios estão cheios de visitantes... Se isso acontece quando existem apenas vestígios daquela maravilhosa civilização, o que aconteceria sem tantos séculos de destruição e saque? O que ocorrerá no futuro, quando forem descobertos mais vestígios em localidades do mundo antigo ainda cobertas pelas areias do deserto?

Nenhuma outra civilização durou tanto como a do Egito dos faraós. E milhares de anos depois, nenhuma nos fascina tanto. Com os egípcios, a humanidade passou da pré-história à história, há cerca de 5.000 anos. A sua civilização prolongou-se por três milênios! Para se ter uma idéia de como é longo esse período, basta pensar que a rainha Cleópatra existiu em uma época bem mais próxima à nossa – quinhentos anos mais próximo – que os faraós que construíram as grandes pirâmides.

(Fonte: 'Egitomania, o fascinante mundo do antigo Egito' – fascículos – 2001)

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Egito

Duas grandes forças: o rio Nilo e o deserto do Saara, configuraram uma das civilizações mais duradoras do mundo. Todos os anos o rio inundava suas margens e depositava uma camada de terra fértil em sua planície aluvial. Os egípcios chamavam a região de Kemet, "terra negra". Esse ciclo fazia prosperar as plantações, abarrotava os celeiros reais e sustentava uma teocracia – encabeçada por um rei de ascendência divina, ou faraó – cujos conceitos básicos se mantiveram inalterados por mais de 3 mil anos. O deserto, por sua vez, atuava como barreira natural, protegendo o Egito das invasões de exércitos e idéias que alteraram  profundamente outras sociedades antigas. O clima seco preservou artefatos como o Grande Papiro Harris, revelando detalhes de uma cultura que ainda hoje suscita admiração.

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