domingo, 29 de março de 2009

Textos dos Sarcófagos

Uma vez estabelecida a idéia de consciência individual, a humanidade nunca mais pode ser a mesma, ainda que seus direitos tenham sido negados e suprimidos subsequentemente. O desenvolvimento foi, de fato, tanto político quanto espiritual. Nos Textos dos Sarcófagos há uma admirável passagem que acentua a humanidade dos homens quando olhados pela ótica de Deus. Comentando sua própria criação, o "Senhor de Todos" diz:

Eu fiz quatro boas ações no interior do portal do horizonte. Eu criei os quatro ventos que cada homem deve respirar, assim como também o devem seus companheiros. Eu criei a grande inundação, de que o homem pobre deve usufruir, como também o deve o homem nobre. Eu criei cada homem como o seu companheiro. Eu não os mando agir de maneira malevolente – é o coração de cada um que os manda desobedecer as minhas determinações. Eu os fiz recordar os mortos e fazer oferendas aos deuses de seus nomos locais.
(do livro 'História Ilustrada do Egito Antigo' de Paul Johnson)

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Egito

Duas grandes forças: o rio Nilo e o deserto do Saara, configuraram uma das civilizações mais duradoras do mundo. Todos os anos o rio inundava suas margens e depositava uma camada de terra fértil em sua planície aluvial. Os egípcios chamavam a região de Kemet, "terra negra". Esse ciclo fazia prosperar as plantações, abarrotava os celeiros reais e sustentava uma teocracia – encabeçada por um rei de ascendência divina, ou faraó – cujos conceitos básicos se mantiveram inalterados por mais de 3 mil anos. O deserto, por sua vez, atuava como barreira natural, protegendo o Egito das invasões de exércitos e idéias que alteraram  profundamente outras sociedades antigas. O clima seco preservou artefatos como o Grande Papiro Harris, revelando detalhes de uma cultura que ainda hoje suscita admiração.

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