É numa colina, atualmente chamada Tel-Basta, que se encontra a antiga Bubastis. Tel-Basta fica situada a cerca de 80 km a noroeste do Cairo, na margem oriental do Delta do Nilo. Esta cidade foi capital do nomo XVIII, uma das subdivisões regionais do Baixo Egito, e capital do país durante as XXII e XXIII dinastias. Deve a sua importância ao fato de estar situada na entrada do Uadi Tumilat, a principal via de comunicação com o Golfo de Suez, a Península do Sinai e o Sudoeste asiático. Até 1887-1889, quando Naville começou as primeiras escavações, Bubastis era apenas um monte de paredes e blocos de pedra. As sucessivas escavações permitiram obter informação exaustiva a cerca da evolução da cidade ao longo de toda a sua história, que vai a IV dinastia até ao período da dominação romana.
A deusa Bastet
Esta deusa gata era a divindade local de Bubastis. Durante o Antigo Império, a deusa Bastet foi incorporada no panteão dos deuses egípcios. No Médio Império, o gato tornou-se o animal sagrado de Bubastis. A partir do Novo Império, a deusa foi representada com cabeça de gato. O seu nome é representado por um frasco de unguento que, provavelmente, era utilizado nas cerimônias funerárias, de modo que a sua iconografia está de certa forma relacionada com o ritual da unção. São muitas as representações nas quais Bastet costuma aparecer com aspecto humanizado:
- corpo de mulher e cabeça de gata, um singular enfeite de cabeça, um brinco na orelha e um colar no peito, nas mãos tem um sistro, ou matraca e uma égide, ou escudo, e do seu braço pende um cesto
- também assumia uma aparência irada e, neste caso, representada com cabeça de leoa
O templo
Na sua época de esplendor o seu templo era rodeado pelas águas e parecia uma ilha. O conjunto ficava situado no centro da cidade, mas a sua altura era inferior à dos demais edifícios do local. Atualmente, existem apenas vestígios que nos permitem saber qual era a sua forma e que dimensões possuia. Entre as ruínas que se podem visitar, destacam-se o átrio, que data da XXII dinastia, e o pátio "jubilar" de Osorkon II. Este pátio é antecedido por um portal monumental decorado com representações muito interessantes da festa do Heb Sed e do seu fundador. Da sala hipostila só resta parte das arquitraves e das colunas palmiformes, procedentes do Médio Império. O santuário atribuído a Nakhthorheb (Nectanebo II), da XXX dinastia. Do outro lado da calçada podem ser visitadas as ruínas do templo de Pepi I, pertencentes a VI dinastia. Ao norte do grande templo, fica a necrópole da cidade, com um cemitério do Médio Império e túmulos de diferents épocas. A oeste ficam as ruínas de um edifício de tijolo da XII dinastia. Uma sala hipostila, da qual apenas existem as bases das colunas, um pátio com pilares e salas anexas são os restos do que poderia ter sido um palácio ou um templo. (na figura ruínas do templo)
O cemitério dos gatos
Nos templos da deusa Beastet em Bubastis, criavam-se gatos. Seguindo pela estrada em direção a Zagazig, chegamos as galerias subterrâneas do cemitério dos gatos sagrados. Esses animais eram considerados a encarnação terrestre da deusa. Quando morriam, eram cuidadosamente mumificados e enterrados na sua própria necrópole, em túmulos que lhes eram especialmente destinados. (figura ao lado de uma múmia de gato)
Fonte: Egitomania – o fascinante mundo do antigo Egito – fascículos 2001
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