quinta-feira, 21 de maio de 2009

Snefru, o construtor




Por volta de 2575 a.C, um rei chamado Snefru, funda a quarta dinastia. O seu reinado durará até 2551, exercendo o poder pelo menos 24 anos. Muitos indícios levam crer que ele foi o maior construtor da história do Egito e que o seu reinado conciliou uma formidável atividade arquitetônica, um espírito de paz e um desenvolvimento econômico harmonioso.





O bom rei, o monarca generoso.





Construtor – um mestre de obras genial, criando a pirâmide lisa e erguendo aos céus três grandiosos exemplares deste monumento:
  • um em Meidum ( o mais antigo ) – a 19 km ao sul de Saqqara, talvez tenha sido começado por um rei chamado Huni, o último soberano da 3ª dinastia
  • e dois em Dachur – uma das pirâmides é conhecida como a Pirâmide Vermelha, considerada como a primeira verdadeira pirâmide construída no Egito, a pirâmide mais ao sul é qualificada como "romboidal" ( que a inclinação sofre uma quebra a meia altura )
A pirâmide romboidal parece ser a encarnação em pedra do simbolismo do número dois: duas inclinações, duas entradas independentes, dois aposentos funerários. Pensamos imediatamente no Duplo País, nas duas coroas régias e na perpétua tendência do espírito egípcio para idealizar o mundo em termos de dualidades, sendo que o faraó, como a pirâmide, é o terceiro termo que concilia os opostos e as complementações.

Reinado – a administração é confiada a um primeiro ministro habitualmente designado pelo nome de vizir: chefe do executivo, o primeiro personagem do Estado depois do faraó. Dirige um grande número de gabinetes, zelando pelo bom funcionamento da justiça, velando sobre as finanças, a agricultura, as grandes obras, o exército, os arquivos reais, os mais diversos títulos de propriedade e contratos; é também senhor de títulos sacerdotais. O vizir está em estado permanente com o rei. É a vontade do faraó, os seus olhos e os seus ouvidos. Embora o cargo de vizir devesse existir antes, a função só é claramente confirmada durante o reinado de Snefru.

A atividade militar foi muito reduzida, algumas campanhas na Núbia e na Líbia, que mais parecem intervenções do que guerras. As expedições comerciais foram numerosas e bem organizadas. Além das suas 3 pirâmides, mandou construir templos, fortalezas, casas e barcos.

O requinte da corte de Snefru devia ser excepcional, graças ao maravilhoso mobiliário descoberto na sepultura de sua esposa – a rainha Hetepheres, uma sepultura intacta e situada perto da grande pirâmide, legou-nos um quarto de dormir que incluía:
  1. um leito com pés em forma de patas de leão,
  2. uma cabeceira em madeira para pousar a nuca e
  3. um grande trono com decoração vegetal
O conjunto é robusto e ao mesmo tempo delicado, unindo as grandes qualidades destes tempos áureos.

Uma obra literária de grande beleza, em um dos contos do Papiro Westcar, permite entrar na intimidade do palácio de Snefru, manuscrito consiste em representar o faraó de maneira muito humana e até prosaica.




Snefru é o construtor por excelência. Será para sempre o faraó das três pirâmides, o homem de um Egito no auge da sua alegria de viver e de criar.





Origem: 'O Egito dos Grandes Faraós' de Christian Jacq

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Egito

Duas grandes forças: o rio Nilo e o deserto do Saara, configuraram uma das civilizações mais duradoras do mundo. Todos os anos o rio inundava suas margens e depositava uma camada de terra fértil em sua planície aluvial. Os egípcios chamavam a região de Kemet, "terra negra". Esse ciclo fazia prosperar as plantações, abarrotava os celeiros reais e sustentava uma teocracia – encabeçada por um rei de ascendência divina, ou faraó – cujos conceitos básicos se mantiveram inalterados por mais de 3 mil anos. O deserto, por sua vez, atuava como barreira natural, protegendo o Egito das invasões de exércitos e idéias que alteraram  profundamente outras sociedades antigas. O clima seco preservou artefatos como o Grande Papiro Harris, revelando detalhes de uma cultura que ainda hoje suscita admiração.

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