Os antigos egípcios atribuíram diversos nomes ao local, entre os quais Taset-Neferu "o lugar da beleza", Tainet-aat "o grande Vale" e Taset-resit "o Vale do Sul", porque é situado a sul do Vale dos Reis.
Durante a 18ª dinastia, príncipes, princesas e seus educadores foram enterrados no local que ainda não era o Vale das Rainhas, tradicionalmente só se enterravam ali personagens da corte, em simples poços funerários. No início da era ramessida aparece uma inovação fundamental – a rainha Sat-Re "a filha da luz divina", grande esposa real de Ramsés I, mãe de Sthi I e avó de Ramsés II, decide mandar escavar a sua morada eterna nesse local, que recebeu o nome de "lugar da regeneração espiritual". Seu túmulo é pequeno, suas paredes ostentam uma decoração simbólica que faz dele o equivalente de uma morada eterna do Vale dos Reis. As figuras das divindades são traçadas com elegância, a pintura é apenas esboçada, mas o tom é dado: a rainha encontra criaturas do Além, tendo de conhecer os seus nomes para dominá-las.
No Vale das Rainhas existem cerca de oitenta túmulos, o mais famoso da necrópole é o da rainha Nefertari, uma das esposas principais do faraó Ramsés II, foi alvo de restauração durante vinte anos, tendo sido reaberto ao público, embora em circunstâncias restritivas (permite apenas um certo número de visitantes por alguns minutos).
Mesmo com as irremediáveis destruições dos túmulos, alguns deles, como o da rainha Titi, contém ainda cenas muita belas, numa delas encontra Hathor, a «divina protetora do Vale», que lhe oferece a água da regeneração. Na capela da princesa Nebet-Tauy "filha" de Nefertari, um relevo mostra a jovem mulher com uma coroa que comporta um sol no meio de duas grandes plumas, estendendo o braço sobre um altar carregado de oferendas; tem na mão o cetro que lhe permite consagrar essa oferendas, purificando-as e consagrando a sua essência imaterial. Esse ato ritual é habitualmente praticado pelo faraó.
Os túmulos do Vale das Rainhas tem sido estudados desde o século XIX. Grande parte deles foram escavados por Ernesto Schiaparelli no período compreendido entre 1903 e 1905. De uma forma geral, apresentam uma pequena antecâmara que comunica com a câmara funerária através de um corredor estreito. Em alguns casos, verifica-se a existência de compartimentos laterais de dimensão reduzida que serviam para abrigar mobiliário funerário.
Algumas tumbas:
- Sit-re, esposa de Ramsés I
- Pa-ra-her-unemef, filho de Ramsés III
- Seth-her-khopesef, filho de Ramsés III
- Khaemwaset E, filho de Ramsés III
- Princesa Ahmose, filha de Taá II e Sitdjehuti
- Rainha Iset Ta-Hemdjert, esposa de Ramsés III, mãe de Ramsés VI
- Rainha Tyti, esposa de Ramsés X
- Príncipe Ramsés B, filho de Ramsés II
- Príncipe Amen-her-khepeshef, filho de Ramsés III
- Rainha Nebet-tawy, filha de Ramsés II
- Rainha Nefertari, esposa de Ramsés II
- Rainha Meritamon, filha de Ramsés II e Nefertari
- Rainha Bint-anat, filha de Ramsés II e Isetnefert
- Henutmire, filha ou irmã de Ramsés II
- Rainha Toya, esposa de Seti I e mãe de Ramsés II
- Ahmose esposa de Tutmés I, mãe de Hatchepsut
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