quarta-feira, 20 de maio de 2009

Gravidez


Contracepção à egípcia
A menstruação chamava-se 'a purificação', graças a ela, as mulheres libertam-se de elementos nocivos. Durante esse período a mulher está dispensada de trabalhar e não entra nas salas secretas do templo.

Existem contraceptivos para a mulher que não quer ter filhos ou que não deseja voltar a engravidar. Os textos médicos apontam vários:
  • uma mistura de mel e natrão que a mulher passava nos lábios e na vagina, 
  • fumigações, 
  • bebidas a base de aipo e cerveja doce
No Papiro de Ebers na prescrição nº. 783 – para evitar que uma mulher fique grávida durante um, dois ou três anos, deve-se colocar na vagina um tampão impregnado de uma substância formada de extrato de acácia, colocíntida, tâmaras e mel, a goma de acácia fermentada produz ácido láctico que mata os espermatozóides.

Tornar-se fecunda
Em Dendera, no lugar santo da deusa Hathor, durante o terceiro mês da estação das inundações, organizava-se uma festa da 'abertura do seio das mulheres' em que as recém casadas se reuniam para celebrarem um rito que lhes garantia uma maternidade próxima.

Em Medinet Habu, na margem ocidental de Tebas, onde dormiam os deuses das origens, as mulheres vinham banhar-se num lago sagrado, na esperança de se tornarem fecundas.

Comprovada a gravidez, convém "atar uma faixa sobre a mulher grávida" e pousar sobre ela um tecido em forma de sinal mes, três peles de animal ligadas, cujo significado é "NASCER".

Para uma egípcia estar grávida é "fazer um trabalho". Curiosamente, os textos indicam que o tempo de gravidez é ora de nove, ora de dez meses. O útero é colocado sob a proteção da deusa Tjenenet. Há constantes cuidados médicos. Para ungir o corpo da mulher grávida com óleos benfazejos, levava-se o requinte ao ponto de se utilizar um frasco em forma de mulher pousando as mãos no ventre arredondado. Esses pequenos recipientes tinham um tampão que impedia o acesso das forças destrutivas no ventre da grávida.

O sexo da criança
A receita utilizada foi legada aos gregos e passou à Europa por intermédio de Bizâncio. A receita:
Colocarás cevada e trigo em dois sacos de pano que a mulher regará todos os dias com a sua urina, e adicionarás também tâmaras e areia nos dois sacos. Se a cevada e o trigo germinarem, a mulher dará à luz. Se a cevada germinar primeiro, é homem, se germinar o trigo, é mulher. Se nenhum germinar, ela não dará a luz.

"Quer a curiosidade da futura mãe estivesse satisfeita, ou não, aproximava-se o grande acontecimento: o parto"

Origem: 'As Egípcias' de Christian Jacq

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Egito

Duas grandes forças: o rio Nilo e o deserto do Saara, configuraram uma das civilizações mais duradoras do mundo. Todos os anos o rio inundava suas margens e depositava uma camada de terra fértil em sua planície aluvial. Os egípcios chamavam a região de Kemet, "terra negra". Esse ciclo fazia prosperar as plantações, abarrotava os celeiros reais e sustentava uma teocracia – encabeçada por um rei de ascendência divina, ou faraó – cujos conceitos básicos se mantiveram inalterados por mais de 3 mil anos. O deserto, por sua vez, atuava como barreira natural, protegendo o Egito das invasões de exércitos e idéias que alteraram  profundamente outras sociedades antigas. O clima seco preservou artefatos como o Grande Papiro Harris, revelando detalhes de uma cultura que ainda hoje suscita admiração.

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