Chefe dos arqueiros, vizir, depois co-regente e faraó. Sethi reina sobre o Egito de 1304 a 1290 a.C. Sua múmia muito bem conservada nos leva a crer ter sido um homem de estatura mediana, feições vigorosas e autoritárias, maxilar pesado e queixo largo. No seu rosto lêem-se força, determinação e consciência da sua dignidade. Tinha paixão pelos cavalos; duas de suas favoritas chamavam-se "Amon dá o poder" e "Amon dá a vitória".
Seu pai Ramsés I reinou apenas 2 anos de 1306-1304 a.C, soldado do nordeste do Delta. Subira ao trono idoso, depois de ocupar os cargos de comandante de fortaleza, superintendente das bocas do rio, intendente dos cavalos e comandante-chefe do exército real, logo associou o filho Sethi ao poder.
Reinado
Sethi foi chamado "Aquele que repete os nascimentos", título que foi buscar em Amenemhat I, fundador da 12ª dinastia – significa que tinha consciência de ser o primeiro faraó de uma nova linhagem.
O Egito está calmo e é possível voltar a uma política externa ativa. Possui 3 exércitos bem preparados e colocados sob a proteção dos deuses Amon, Rá e Ptah, senhores das três grandes cidades de Tebas, Heliópolis e Mênfis.
O balanço militar do reinado de Sethi é dos mais positivos e, o rei é obrigado a constatar que os hititas formam uma nação muito bem armada e com grande potencial militar. Até o final do reinado de Sethi, os dois exércitos mantem-se na defensiva. Mas nunca chegaram a um acordo.
Construções
O mais belo e o maior dos túmulos do Vale dos Reis, foi construído no reinado de Sethi I.
– Logo à entrada penetra a terra profundamente. Um falso itinerário termina num fosso e a verdadeira entrada está disfarçada. Percorre diversos corredores e câmaras até chegar ao centro do monumento:
- uma enorme sala, atrás dela está o jazigo, guardando o sarcófago
- as paredes cobertas de textos provenientes dos livros funerários reais e
- o ritual de abertura de boca e da narratina mitológica acerca da vaca do céu
Abidos – o templo edificado por Sethi I é concebido como um santuário nacional onde se venera a tríade local: Osíris, Ísis e Hórus; os deuses Amon de Tebas, Ptah de Mênfis e Rá-Harakhty de Heliópolis, bem como Sethi I divinizado. O templo é uma síntese de todos os cultos do Egito. Para um santuário excepcional, um plano excepcional:
- sete portas de entrada
- sete galerias
- sete santuários para se venerar as divindades acima citadas, estão decoradas com admiráveis cenas rituais entre as quais se vê a coroação de Sethi I
- grandes pórticos e os pátios que precedem o templo estão em ruínas
- a parte principal se encontra conservada
- na ala sul do edifício se encontra uma das "mesas de Abidos", onde Sethi I oferece incenso a 73 faraós designados por seus rolos
- ao lado do grande templo ergue-se o mais enigmático monumento do país "o cenotáfio" construído no eixo do edifício principal, de granito rosa, calcário branco e grés vermelho
- um longo corredor, passando por dois vestíbulos, conduz a uma sala onde se encontra uma ilha com um canal em volta – trata-se de uma encarnação em pedra da elevação primordial surgida das águas na aurora da criação, através da arquitetura torna presente e tangível o mito fundamental da origem da vida na Terra
O reinado de Sethi I é característico da monarquia egípcia, no sentido de que este faraó de temperamento guerreiro é também um homem profundamente religioso. A devoção que tem por Seth, deus da tempestade, da trovoada e da força, não o impediu de mandar executar os relevos rituais mais perfeitos da arte egípcia.
Origem: 'O Egito dos Grandes Faraós' de Christian Jacq
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