sábado, 11 de abril de 2009

A fabricação da cerveja

A cerveja era um dos produtos básicos da alimentação no Antigo Egito. Estava sempre presente à mesa dos vivos e também fazia parte da dieta dos mortos do Além.

A cerveja, muito consumida por toda a sociedade egípcia, era produzida com grãos de cevada ou de trigo ou, na falta desses, com pão duro. A esses ingredientes básicos acrescentavam-se outras substâncias (especiarias, tâmaras, mandrágoras), que produziam diferentes variedades de cerveja. Primeiro os grãos eram postos de molho e, um dia depois, escorridos e deixados para secar. Eram, então, moídos e fabricavam-se pães, postos para fermentar em um lugar bem quente. Após esta operação, a substância era filtrada e se fazia uma mistura, à qual se acrescentavam outros aditivos. Deixava-se repousar a massa assim obtida. Depois de fermentada, era guardada em recipientes de barro fechados. Desses recipientes, era transferida para jarros para ser consumida. Antes de bebê-la era preciso filtrá-la. O resultado final era um líquido espesso, com grande teor alcoólico.

Consumida diariamente pelos egípcios, sobretudo pelas camadas populares. Muitas vezes, nos banquetes dos grandes senhores, substituía o vinho. O seu uso não era apenas profano, também tinha uma aplicação ritual. A ingestão abusiva durante os festivais dedicados à deusa Tefnut provocava um estado de êxtase. Aparecia também nos mitos de algumas divindades, uma vez, ofereceu cerveja a Sekhemet fazendo-a acreditar que era sangue, conseguindo, assim aplacar a ira da deusa.


A mão de obra  necessária eram as mulheres, encarregadas de produzir a cerveja, trituravam os grãos numa mó, peneiravam a farinha obtida e coavam a massa do pão para fazer a cerveja.
O processo de elaboração  do pão e da cerveja tinha algumas fases semelhantes. Para os dois casos, para se obter a fermentação dos cereais, acrescentavam-lhes água e também eram postos em formas cônicas para esquentar.

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Egito

Duas grandes forças: o rio Nilo e o deserto do Saara, configuraram uma das civilizações mais duradoras do mundo. Todos os anos o rio inundava suas margens e depositava uma camada de terra fértil em sua planície aluvial. Os egípcios chamavam a região de Kemet, "terra negra". Esse ciclo fazia prosperar as plantações, abarrotava os celeiros reais e sustentava uma teocracia – encabeçada por um rei de ascendência divina, ou faraó – cujos conceitos básicos se mantiveram inalterados por mais de 3 mil anos. O deserto, por sua vez, atuava como barreira natural, protegendo o Egito das invasões de exércitos e idéias que alteraram  profundamente outras sociedades antigas. O clima seco preservou artefatos como o Grande Papiro Harris, revelando detalhes de uma cultura que ainda hoje suscita admiração.

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