
Filae (em grego: Φιλαί) é uma ilha egípcia no rio Nilo, conhecida também com o nome de Pilak ou P'aaleq (em egípcio: "
lugar remoto", "
fim", ou ainda "
ilha em ângulo") localizada perto da primeira catarata. Em português é possível encontrar as grafias Fila, Filé, Filas ou Philae para se referir à ilha. Dez quilometros ao sul de Assuã, entre as rochas da primeira catarata, Filae surge da água como uma miragem:
- uma ilha viva, repleta de verde e de monumentos, em estranho constraste com a paisagem lunar das redondezas. Templos e pilonos parecem dispostos em todos os sentidos, um pouco ao acaso.
Essa adorável desordem explica-se pelo fato de as construções terem sido realizadas em épocas diferentes:
- O Grande Templo (estrutura principal da ilha é o Templo de Ísis) iníciou como obra do faraó Nectanebo I, que reinou de 378 a 360 a.C; embora seja sobretudo uma obra da era ptolomaica.
- Os outros monumentos foram legados por diferentes soberanos lágidas(ptolomaícos) ou romanos.
- Sobreviveria até aos éditos de Teodósio (392-396), que proibiam os cultos pagãos no Império, mas até o século V, os peregrinos da Núbia continuariam a visitar a deusa.
- Durante algum tempo, a antiga religião conviveu com a dos coptas, que tranformaram um dos pronaus em igreja.
– Ao chegar a Filae em 1799 com as tropas de Napoleão,
Vivant Denon encantou-se com o quiosque de Trajano e escreveu:
Se quisermos transportar um templo da África para a Europa, que seja esse. Além de facilitar a tarefa, dada as suas dimensões reduzidas, constituiria uma evidência palpável da nobre simplicidade da arquitetura egípcia e um exemplo eloquente de que o caráter, e não a extensão, faz a mejestade de um edifício.

O destino de Filae seria mudado duas vezes pelas barragens de Assuã. A primeira barragem, concluída em 1902, fazia submergir a "
pérola do Egito" boa parte do ano. Só não ficava submerso o alto dos pilonos. A visita só era possível durante o verão, no auge do calor, quando abriam as comportas do reservatório para deixar a água inundar o vale. Setenta anos depois a segunda barragem de Assuã salvou Filae. Várias formas de proteger a ilha foram estudadas e preferiram desmontar todos os monumentos, um por um, e reconstruí-los em local seguro, 300 m mais ao norte. A ilha de Agilkia, para onde foram transferidos, tinha a vantagem de ser feita de granito e estar orientada na mesma direção que a primeira. Bastou remodelá-la e aumentar umas pontas a fim de lhe dar a mesma forma de pássaro, com o bico apontado para a Núbia. As obras foram de 1972 a 1980, um êxito total. A "
pérola do Egito" voltou a ser acessível o ano inteiro.
(ao lado mapa da ilha de Filae)
"Consagrado a Ísis, Filae foi o último baluarte do paganismo"


Fonte: Wikipédia e o livro 'Egito um olhar amoroso'
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