quarta-feira, 15 de abril de 2009

Filae

Filae (em grego: Φιλαί) é uma ilha egípcia no rio Nilo, conhecida também com o nome de Pilak ou P'aaleq (em egípcio: "lugar remoto", "fim", ou ainda "ilha em ângulo") localizada perto da primeira catarata. Em português é possível encontrar as grafias Fila, Filé, Filas ou Philae para se referir à ilha. Dez quilometros ao sul de Assuã, entre as rochas da primeira catarata, Filae surge da água como uma miragem:

  • uma ilha viva, repleta de verde e de monumentos, em estranho constraste com a paisagem lunar das redondezas. Templos e pilonos parecem dispostos em todos os sentidos, um pouco ao acaso.
Essa adorável desordem explica-se pelo fato de as construções terem sido realizadas em épocas diferentes:
  • O Grande Templo (estrutura principal da ilha é o Templo de Ísis) iníciou como obra do faraó Nectanebo I, que reinou de 378 a 360 a.C; embora seja sobretudo uma obra da era ptolomaica.
  • Os outros monumentos foram legados por diferentes soberanos lágidas(ptolomaícos) ou romanos. 
  • Sobreviveria até aos éditos de Teodósio (392-396), que proibiam os cultos pagãos no Império, mas até o século V, os peregrinos da Núbia continuariam a visitar a deusa. 
  • Durante algum tempo, a antiga religião conviveu com a dos coptas, que tranformaram um dos pronaus em igreja.
– Ao chegar a Filae em 1799 com as tropas de Napoleão, Vivant Denon encantou-se com o quiosque de Trajano e escreveu:
Se quisermos transportar um templo da África para a Europa, que seja esse. Além de facilitar a tarefa, dada as suas dimensões reduzidas, constituiria uma evidência palpável da nobre simplicidade da arquitetura egípcia e um exemplo eloquente de que o caráter, e não a extensão, faz a mejestade de um edifício.

O destino de Filae seria mudado duas vezes pelas barragens de Assuã. A primeira barragem, concluída em 1902, fazia submergir a "pérola do Egito" boa parte do ano. Só não ficava submerso o alto dos pilonos. A visita só era possível durante o verão, no auge do calor, quando abriam as comportas do reservatório para deixar a água inundar o vale. Setenta anos depois a segunda barragem de Assuã salvou Filae. Várias formas de proteger a ilha foram estudadas e preferiram desmontar todos os monumentos, um por um, e reconstruí-los em local seguro, 300 m mais ao norte. A ilha de Agilkia, para onde foram transferidos, tinha a vantagem de ser feita de granito e estar orientada na mesma direção que a primeira. Bastou remodelá-la e aumentar umas pontas a fim de lhe dar a mesma forma de pássaro, com o bico apontado para a Núbia. As obras foram de 1972 a 1980, um êxito total. A "pérola do Egito" voltou a ser acessível o ano inteiro. (ao lado mapa da ilha de Filae)


"Consagrado a Ísis, Filae foi o último baluarte do paganismo"




Fonte: Wikipédia e  o livro 'Egito um olhar amoroso'

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Egito

Duas grandes forças: o rio Nilo e o deserto do Saara, configuraram uma das civilizações mais duradoras do mundo. Todos os anos o rio inundava suas margens e depositava uma camada de terra fértil em sua planície aluvial. Os egípcios chamavam a região de Kemet, "terra negra". Esse ciclo fazia prosperar as plantações, abarrotava os celeiros reais e sustentava uma teocracia – encabeçada por um rei de ascendência divina, ou faraó – cujos conceitos básicos se mantiveram inalterados por mais de 3 mil anos. O deserto, por sua vez, atuava como barreira natural, protegendo o Egito das invasões de exércitos e idéias que alteraram  profundamente outras sociedades antigas. O clima seco preservou artefatos como o Grande Papiro Harris, revelando detalhes de uma cultura que ainda hoje suscita admiração.

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