quinta-feira, 30 de abril de 2009

Nut, a senhora do céu



Os egípcios tal como outras culturas da Antiguidade, identificaram os elementos primordiais da Natureza com deuses. Assim, o ar era o deus Chu e a unidade a deusa Tefnut. Da união entre ambos nasceu a Terra, Geb, e o céu, Nut, criadora de todos os astros.




Um dos títulos de Nut era "a grande que faz os deuses nascerem

– De acordo com um mito de Heliópolis: 
  • o deus Atum tinha criado o mundo a partir dos seus fluidos internos. Foi assim que surgiram os primeiros deuses: Chu, o ar, Tefnut, a unidade. Estes deuses participaram Geb, a Terra, e Nut o céu. 
– De acordo com um mito posterior: 
  • o deus Rá teve inveja deles e mandou separá-los por meio de Chu, que se interpôs entre os seus filhos e proibiu-os de procriar em todos os dias do ano. Graças a um estratagema do deus Tot, que criou um mês com cinco novos dias, Nut pôde dar à luz os deuses mais importantes: Osíris, Ísis, Set, Néftis e Hórus. 
Além disso, Nut também aparece no panteão egípcio como a deusa criadora do Universo físico e como a reguladora do movimento dos astros.

A protetora dos mortos – como auxiliadora dos mortos, ajudava-os no Além e fazia-os renascer, acolhendo-os com asas abertas.

Estela de culto – foi adorada por todo o Egito, embora não tenha sido encontrado qualquer templo dedicado a ela. Porém a senhora do céu pode ser vista em oferendas feitas à própria Nut e a outros deuses.

Nos papiros – o tema da criação do mundo é muito frequente nos papiros funerários, pois julgava-se que no Além, os mortos convertiam-se em estrelas. Representada frequentemente no interior dos sarcófagos.

A noite come o Sol – segundo os mitos solares, todas as noites Nut comia o Sol e, depois do seu passeio noturno pelo mundo subterrâneo, expulsava-o transformado no escaravelho Khepri, sol da manhã. Esse mito encontra-se num dos textos mágicos que chegaram até nós, o Livro das Cavernas, e pode ser visto em muitos túmulos reais. 

Nut, a senhora do céu

(Origem: Egitomania - fascículos 2001)

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Egito

Duas grandes forças: o rio Nilo e o deserto do Saara, configuraram uma das civilizações mais duradoras do mundo. Todos os anos o rio inundava suas margens e depositava uma camada de terra fértil em sua planície aluvial. Os egípcios chamavam a região de Kemet, "terra negra". Esse ciclo fazia prosperar as plantações, abarrotava os celeiros reais e sustentava uma teocracia – encabeçada por um rei de ascendência divina, ou faraó – cujos conceitos básicos se mantiveram inalterados por mais de 3 mil anos. O deserto, por sua vez, atuava como barreira natural, protegendo o Egito das invasões de exércitos e idéias que alteraram  profundamente outras sociedades antigas. O clima seco preservou artefatos como o Grande Papiro Harris, revelando detalhes de uma cultura que ainda hoje suscita admiração.

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