- captar os raios do sol criador e,
- ligar a terra ao universo celeste
O mais antigo obelisco monolítico conhecido, o de Heliópolis, perto do Cairo, tem pouco mais de 39 séculos e mede 20,4 m de altura. É superado pelo da rainha Hatshepsut, no templo de Karnak, que tem 30 m de altura e peso estimado de 320 toneladas. O mais imponente de todos nunca saiu da terra: o obelisco inacabado de Assuã, cuja retirada foi interrompida por causa das fissuras, devia ter mais de 41 m e pesar irrisórias 1168 toneladas.
Os egiptólogos reconstituíram com precisão as proezas técnicas da época. O corte na rocha não se fazia com ferramentas cortantes, mas sim por meio de choques violentos, cujas vibrações permitiam separar os cristais do granito. Para levar o monólito até o Nilo, punham-no sobre uma plataforma deslizante, coberta de limo. A barcaça que o transportava era puxada por vários barcos a remo. Quando chegava ao seu destino, o obelisco era posto novamente sobre plataformas para ser arrastado até o local que seria erguido. Nesse local, era executada uma operação engenhosa e complexa: o monólito era colocado horizontalmente sobre um caixão cheio de areia, que esvaziavam progressivamente até ocupar a posição exata no solo preparado. Cordas resistentes faziam-no girar, mas sem deixá-lo oscilar para o outro lado. Esse virtuosismo técnico, numa época em que os guindastes não existiam, relativiza todas as proezas realizadas séculos depois pelos romanos – e bem mais tarde por franceses, ingleses e americanos – para transportar os obeliscos egípcios, fazê-los atravessar o Mediterrâneo e erguê-los de novo sob outros céus. A maioria dos obeliscos do Vale do Nilo vive no exílio – Hoje as cidades de Paris, Londres e Nova York têm um cada uma, e Roma tem 13, mais do que o próprio Egito, com apenas meia dúzia ainda de pé –
- Na Antiguidade, todos os obeliscos foram despojados de sua preciosa pirâmide por saqueadores ou ocupantes estrangeiros. O da Place de la Concorde, em Paris (foto acima), ganhou, ou melhor, recuperou uma no dia 14 de maio de 1998, de 3,6 m de altura, feita de bronze recoberto por nove camadas de ouro claro.
Por Robert Solé
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