quarta-feira, 29 de abril de 2009

Maat, a ordem cósmica



A importância que a ordem, no Universo e na vida cotidiana, tinha para os egípcios fez de Maat uma divindade primordial no panteão egípcio. Apesar de não ter local de culto, ocupou um papel relevante na vida dos egípcios no Além. 

– na figura Maat com a pena, o cetro uas e a cruz anj.





Maat é uma divindade que já é mencionada desde o Antigo Império nos Textos das Pirâmides, precursores dos Livros dos Mortos. Esta deusa é representada como uma mulher, de pé ou sentada, com uma grande pena de avestruz na cabeça, presa por um diadema. Considerada filha de Rá, deus do Sol, Maat aparecia atrás do pai, no barco que todas as noites a levava ao mundo subterrâneo. Personificava os conceitos abstratos de justiça, verdade e ordem, tanto cósmico como sociais. O faraó que, a partir do Médio Império, se declarará seguidor de Maat, era o responsável pela manutenção desta ordem na Terra. O faraó conseguia que o Egito fosse a terra de Maat por meio de um governo bom e honrado e do respeito pela justiça.

A assistente dos juízes
Como personificação da justiça e responsável pela existência de uma certa ordem no Universo, Maat foi considerada a protetora dos juízes. Antes do início de um julgamento, todos os juízes levavam um amuleto dessa divindade pendurado ao pescoço para poder desempenhar as suas funções com retidão. Além disso, os juízes eram considerados sacerdotes de Maat, cuja imagem se vê, na estatueta, sentada sobre uma espécie de elevação que alude ao montículo primordial da criação.

A sala das duas verdades
A retidão e a justiça deviam reger a vida de um homem. No além, julgava-se o coração, centro do pensamento para os antigos egípcios. Maat, símbolo da honestidade e da verdade, pesava o coração do morto. Às vezes, aparece como uma pena na cena da pesagem. Em um prato de balança, colocava-se o coração e, no outro, Maat sentada com uma pena na cabeça, ou só a pena. Se o resultado não fosse o equilíbrio entre as ações do morto, representadas pelo coração, e Maat, o coração era devorado por um monstro. Ao lado da entrada da sala, havia uma coluna com decoração vegetal e com um capitel adornado por serpentes.

O alimento dos deuses
As oferendas à divindade eram uma parte importante do ritual diário. O sacerdote principal, representante do faraó, era o único que podia chegar à estátua do deus. Uma vez lavada, vestida e perfumada, era-lhe oferecida uma estatueta da deusa Maat, pois era o alimento dos deuses. Os faraós também ofereciam estatuetas de Maat aos deuses, simbolizando, com isso, que o seu reino estava em ordem.

– Um babuíno em uma balança simbolizava o deus Tot, que ajudava Maat no exercício da justiça. O deus Tot, com cabeça de íbis, era encarregado de anotar o resultado da pesagem do coração.

– A deusa Maat recebia o morto com um cetro uas em uma das mãos e uma cruz anj na outra.



Fonte: Egitomania - fascículos 2001

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Egito

Duas grandes forças: o rio Nilo e o deserto do Saara, configuraram uma das civilizações mais duradoras do mundo. Todos os anos o rio inundava suas margens e depositava uma camada de terra fértil em sua planície aluvial. Os egípcios chamavam a região de Kemet, "terra negra". Esse ciclo fazia prosperar as plantações, abarrotava os celeiros reais e sustentava uma teocracia – encabeçada por um rei de ascendência divina, ou faraó – cujos conceitos básicos se mantiveram inalterados por mais de 3 mil anos. O deserto, por sua vez, atuava como barreira natural, protegendo o Egito das invasões de exércitos e idéias que alteraram  profundamente outras sociedades antigas. O clima seco preservou artefatos como o Grande Papiro Harris, revelando detalhes de uma cultura que ainda hoje suscita admiração.

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